São Paulo, sábado, 30 de outubro de 2004

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FILMES E TV PAGA

TV ABERTA

Madrugada tem "Drácula" com Laurence Olivier

Nosso Louco Amor
SBT, 13h30.
 
(Home Fries). EUA, 1997, 93 min. Direção: Dean Parisot. Com Drew Barrymore, Luke Wilson. Mulher desconfiada da fidelidade do marido escala os filhos para darem um susto no homem. Eles exageram na dose, ele morre. Não satisfeita, a mulher ainda quer porque quer a cabeça da amante.

Ouvindo a Canção
SBT, 15h30.
  
(Music from Another Room). EUA, 1998, 105 min. Direção: Charlie Peters. Com Jude Law, Gretchen Mol. Jovem reencontra a garota cujo parto presenciou, ocasião em que prometera a si mesmo casar com ela. O problema é que ela está com vestido de noiva pronto, festa preparada e um pé na igreja. Mas ele resolve que sua promessa continua valendo.

A Cilada
Record, 23h05.
 
(Crisis). EUA, 1996, 85 min. Direção: Jalal Merhi. Com David Bradley, Brad Milne. Para proteger o irmão, envolvido com terroristas, mafioso terá de enfrentar os vilões perigosos. A esquecer.

Decisão Familiar
Globo, 23h05.
  
(Rhapsody in Bloom). EUA, 1998, 92 min. Direção: Craig M. Saavedra. Com Penelope Ann Miller, Ron Silver, Craig Sheffer. Mulher que dedica a vida aos sobrinhos, filhos do irmão viúvo, percebe que entrou numa roubada quando o irmão decide voltar a casar. Inédito.

Esfera
SBT, 0h.
 
(Sphere). EUA, 1998, 134 min. Direção: Barry Levinson. Com Dustin Hoffman, Sharon Stone, Samuel L. Jackson, Peter Coyote. Quatro cientistas são convocados a investigar a existência de misteriosa nave espacial descoberta no meio do mar, que teria caído na Terra há séculos. A partir de um romance de Michael Crichton, com um elenco estelar, Levinson sai de sua escrita, de filmes estritamente medianos, e produz um solene "flop". E a esfera rola quadrada.

Ligados pelo Perigo
SBT, 2h40.
  
(Do Me a Favor). EUA, 1996, 105 min. Direção: Sondra Locke. Com Rosanna Arquette, Devon Gummersall, George Dzundza. Estudante aplicado pede a desconhecida que lhe compre a bebida que um balconista nega. Ela topa. A vida dele nunca mais será a mesma.

Traição sem Limites
Bandeirantes, 2h45.
 
(Masseuse). EUA, 1995, 90 min. Direção: Peter Daniels. Com Griffin Drew, Tim Abell, Monique Parent. Depois de ser traída pelo noivo, garota resolve reassumir a administração de suas propriedades. É quando descobre -conversando com uma secretária, também amante do cara- que o noivo havia posto todos os seus bens no nome dele. A noiva e a secretária preparam então a vingança. Nessa classe de filmes seria possível compensar com erotismo o besteirol policial. Em vez disso, a opção é acrescentar-lhe um segundo besteirol.

Drácula
Globo, 2h50.
  
(Dracula). EUA/Inglaterra, 1979, 108 min. Direção: John Badham. Com Frank Langella, Laurence Olivier, Donald Pleasence. Um navio traz o conde Drácula à Inglaterra (vindo da Transilvânia, como de costume). Um "Drácula" meio sem vida, se comparado aos melhores da estirpe.

O Valente Príncipe do Donegal
SBT, 4h30.
  
(The Fighting Prince of Donegal). EUA, 1966, 105 min. Direção: Michael O'Herlihy. Com Peter McEnery, Susan Hampshire, Tom Adams. No século 16, príncipe irlandês lidera seu clã no enfrentamento contra os invasores ingleses. Produção da Disney realizada na Grã-Bretanha. Só para São Paulo. (IA)

TV PAGA

Sexualidade equivale ao mal na visão de De Palma

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Ou "Carrie, a Estranha" é um dos últimos grandes sucessos do cinema autoral que vigorou nos EUA nos anos 70, ou é um dos primeiros sucessos do cinema dirigido aos adolescentes que começa a vigorar no fim dos anos 70. No fundo tanto faz, porque Brian de Palma conseguiu ali captar algo que diz respeito a todos nós, a passagem à idade madura.
E o fez por seu lado mais agudo, o do sangue. Do sangue? Diz Godard que em cinema não existe sangue, apenas vermelho, e é desse lado que De Palma também está. Mas o vermelho de todo modo remete ao sangue, e Carrie é, não por acaso, uma menina que ignora o significado da menstruação.
Por isso ela se julga vítima de um mal incalculável quando está apenas menstruando pela primeira vez. Corrigindo: talvez ela esteja cheia de razão. A menstruação significa, para a mulher, o nascimento da sexualidade. O que equivale ao mal, na visão depalmiana.
Carrie experimenta o horror do sexo até o inferno, mas suas colegas de escola não experimentam algo muito diferente: apenas invertem esse terror para continuarem vivas. Para serem "normais". Mas a normalidade, no caso, implica esforço e sadismo.
Daí, se o rosto de Carrie traz a marca da repressão imposta pela maluca da mãe, o rosto das outras meninas tem um quê de perversão incontornável.
Esses rostos participam desse espaço instável que Brian de Palma instaura com sua câmera, onde parece que podemos perder o chão a cada instante. Pois a magia deste filme é que estamos dentro dele, revivendo os terrores da iniciação à sexualidade. Eles passaram? Que cada um ache sua resposta. A de De Palma é parecida com a de Antonin Artaud: "O sexo é sombrio".


CARRIE, A ESTRANHA. Quando: hoje, à 0h, no Film & Arts.


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