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FILMES E TV PAGA
TV ABERTA
Madrugada tem "Drácula" com Laurence Olivier
Nosso Louco Amor
SBT, 13h30.
(Home Fries). EUA, 1997, 93 min. Direção:
Dean Parisot. Com Drew Barrymore, Luke
Wilson. Mulher desconfiada da
fidelidade do marido escala os filhos para
darem um susto no homem. Eles
exageram na dose, ele morre. Não
satisfeita, a mulher ainda quer porque
quer a cabeça da amante.
Ouvindo a Canção
SBT, 15h30.
(Music from Another Room). EUA, 1998,
105 min. Direção: Charlie Peters. Com
Jude Law, Gretchen Mol. Jovem
reencontra a garota cujo parto
presenciou, ocasião em que prometera a
si mesmo casar com ela. O problema é
que ela está com vestido de noiva
pronto, festa preparada e um pé na
igreja. Mas ele resolve que sua promessa
continua valendo.
A Cilada
Record, 23h05.
(Crisis). EUA, 1996, 85 min. Direção: Jalal
Merhi. Com David Bradley, Brad Milne.
Para proteger o irmão, envolvido com
terroristas, mafioso terá de enfrentar os
vilões perigosos. A esquecer.
Decisão Familiar
Globo, 23h05.
(Rhapsody in Bloom). EUA, 1998, 92 min.
Direção: Craig M. Saavedra. Com
Penelope Ann Miller, Ron Silver, Craig
Sheffer. Mulher que dedica a vida aos
sobrinhos, filhos do irmão viúvo, percebe
que entrou numa roubada quando o
irmão decide voltar a casar. Inédito.
Esfera
SBT, 0h.
(Sphere). EUA, 1998, 134 min. Direção:
Barry Levinson. Com Dustin Hoffman,
Sharon Stone, Samuel L. Jackson, Peter
Coyote. Quatro cientistas são
convocados a investigar a existência de
misteriosa nave espacial descoberta no
meio do mar, que teria caído na Terra há
séculos. A partir de um romance de
Michael Crichton, com um elenco estelar,
Levinson sai de sua escrita, de filmes
estritamente medianos, e produz um
solene "flop". E a esfera rola quadrada.
Ligados pelo Perigo
SBT, 2h40.
(Do Me a Favor). EUA, 1996, 105 min.
Direção: Sondra Locke. Com Rosanna
Arquette, Devon Gummersall, George
Dzundza. Estudante aplicado pede a
desconhecida que lhe compre a bebida
que um balconista nega. Ela topa. A vida
dele nunca mais será a mesma.
Traição sem Limites
Bandeirantes, 2h45.
(Masseuse). EUA, 1995, 90 min. Direção:
Peter Daniels. Com Griffin Drew, Tim
Abell, Monique Parent. Depois de ser
traída pelo noivo, garota resolve
reassumir a administração de suas
propriedades. É quando descobre
-conversando com uma secretária,
também amante do cara- que o noivo
havia posto todos os seus bens no nome
dele. A noiva e a secretária preparam
então a vingança. Nessa classe de filmes
seria possível compensar com erotismo o
besteirol policial. Em vez disso, a opção é
acrescentar-lhe um segundo besteirol.
Drácula
Globo, 2h50.
(Dracula). EUA/Inglaterra, 1979, 108 min.
Direção: John Badham. Com Frank
Langella, Laurence Olivier, Donald
Pleasence. Um navio traz o conde
Drácula à Inglaterra (vindo da
Transilvânia, como de costume). Um
"Drácula" meio sem vida, se comparado
aos melhores da estirpe.
O Valente Príncipe do Donegal
SBT, 4h30.
(The Fighting Prince of Donegal). EUA,
1966, 105 min. Direção: Michael
O'Herlihy. Com Peter McEnery, Susan
Hampshire, Tom Adams. No século 16,
príncipe irlandês lidera seu clã no
enfrentamento contra os invasores
ingleses. Produção da Disney realizada
na Grã-Bretanha. Só para São
Paulo.
(IA)
TV PAGA
Sexualidade equivale ao mal na visão de De Palma
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Ou "Carrie, a Estranha" é um
dos últimos grandes sucessos do cinema autoral que vigorou nos EUA nos anos 70, ou é um
dos primeiros sucessos do cinema
dirigido aos adolescentes que começa a vigorar no fim dos anos
70. No fundo tanto faz, porque
Brian de Palma conseguiu ali captar algo que diz respeito a todos
nós, a passagem à idade madura.
E o fez por seu lado mais agudo,
o do sangue. Do sangue? Diz Godard que em cinema não existe
sangue, apenas vermelho, e é desse lado que De Palma também está. Mas o vermelho de todo modo
remete ao sangue, e Carrie é, não
por acaso, uma menina que ignora o significado da menstruação.
Por isso ela se julga vítima de
um mal incalculável quando está
apenas menstruando pela primeira vez. Corrigindo: talvez ela esteja cheia de razão. A menstruação
significa, para a mulher, o nascimento da sexualidade. O que
equivale ao mal, na visão depalmiana.
Carrie experimenta o horror do
sexo até o inferno, mas suas colegas de escola não experimentam
algo muito diferente: apenas invertem esse terror para continuarem vivas. Para serem "normais".
Mas a normalidade, no caso, implica esforço e sadismo.
Daí, se o rosto de Carrie traz a
marca da repressão imposta pela
maluca da mãe, o rosto das outras
meninas tem um quê de perversão incontornável.
Esses rostos participam desse
espaço instável que Brian de Palma instaura com sua câmera, onde parece que podemos perder o
chão a cada instante. Pois a magia
deste filme é que estamos dentro
dele, revivendo os terrores da iniciação à sexualidade. Eles passaram? Que cada um ache sua resposta. A de De Palma é parecida
com a de Antonin Artaud: "O sexo é sombrio".
CARRIE, A ESTRANHA. Quando: hoje, à
0h, no Film & Arts.
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