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Regina Silveira cola céu gigante na fachada do Masp
Artista fez nuvens estilizadas em adesivos de vinil que já cobrem 25 das 202 janelas do museu na Paulista
SILAS MARTÍ
DE SÃO PAULO
Regina Silveira está fixando o céu na fachada do Masp.
Mandou colar adesivos de vinil com nuvens numa imensidão azul nas 202 janelas do
museu na avenida Paulista.
Uma equipe de quatro homens passou os últimos três
dias instalando partes desse
firmamento no lado de trás
do Masp. No total, serão
2.300 m2 de reproduções fotográficas, a maior obra pública da artista. Até ontem, 25
janelas estavam cobertas.
Demoram de meia hora a
duas horas em cada uma.
Quem está na Nove de Julho, lá embaixo, tem por enquanto a melhor vista desse
céu em formação, que se torna mais nítido à distância,
mas não é qualquer céu.
Silveira, que já colou pegadas de animais no pavilhão
da Bienal e sombras gigantescas em outras fachadas
pelo mundo, transformou a
imagem do céu num bordado
de ponto e cruz, como se fosse tecido por uma agulha.
"É uma imagem fotográfica do céu, de nuvens, transcrita para essa retícula grossa", diz a artista. "Tinha que
opor o artifício a esse céu, pôr
a minha marca que nunca
tem a ver com o real, tem
mais a ver com o simulacro."
Quando a equipe de alpinistas, que se penduram em
cordas da fachada, terminar
de cobrir todos os vidros do
Masp, a obra de Silveira terá
um efeito multiplicador do
vazio do vão livre, camuflando o prédio contra o céu.
Ou quase, já que esse é um
céu que não muda à noite,
nem quando chove. E também está bordado na fachada do prédio na Paulista.
"É mais um céu fragmentado pelos espelhos dessa
avenida", diz Silveira sobre a
obra que deve ser concluída
no meio de novembro. "É
uma imagem muito viva,
muito intensa, que vai se
construindo com o tempo."
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