São Paulo, domingo, 30 de outubro de 2011

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CRÍTICA DRAMA

Novo filme confirma domínio narrativo de Hong Sang-soo

RICARDO CALIL
CRÍTICO DA FOLHA

É difícil encontrar um texto sobre o cineasta Hong Sang-soo ("Mulher na Praia", "Noite e Dia") que não o defina como o Woody Allen ou o Eric Rohmer sul-coreano. E, de fato, as influências desses dois mestres são evidentes.
Como Allen e Rohmer, Sang-soo faz um cinema fundado na palavra, que se detém sobre longas conversas de personagens intelectualizados, em geral sobre relações amorosas, e que dá especial atenção a acontecimentos fortuitos.
Mas o cineasta já faz filmes assim há tanto tempo, e com tanta propriedade, que talvez tenha chegado a hora de descobrir quem é o Sang-soo americano ou francês.
"O Dia em que Ele Chegar" confirma o domínio narrativo que ele alcançou em sua obra. Nesse novo filme, um cineasta que interrompeu sua carreira vai a Seul para encontrar um antigo professor.
Em meio a bebedeiras e conversas sobre filmes, amigos e amores, os dois se envolvem com mulheres que perturbam sua rotina de companheirismo masculino.
Sang-soo repete sequências do filme com pequenas variações, como se algum acaso tivesse criado uma realidade alternativa -o que revitaliza um projeto cinematográfico que corria o risco de virar fórmula.
Essa capacidade de se renovar sendo fiel a si mesmo, também dominada por Allen e Rohmer, mostra que ele está bem perto de deixar de ser discípulo para se tornar também um mestre.

O DIA EM QUE ELE CHEGAR
QUANDO hoje, às 14h, no Cine Sabesp (r. Fradique Coutinho, 361)
CLASSIFICAÇÃO 18 anos
AVALIAÇÃO ótimo


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