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CINEMA
Distribuidores e produtores divergem sobre medida de Weffort
Mercado brasileiro se divide sobre taxar filmes estrangeiros
da Reportagem Local
A decisão anunciada pelo ministro da Cultura, Francisco Weffort,
de taxar a exibição de filmes estrangeiros como forma de incentivar a produção nacional foi criticada por distribuidores, mas saudada por produtores de cinema.
Weffort anunciou em Brasília, na
segunda-feira, que pretende taxar
o "lixo internacional", ou seja, os
filmes, que, segundo ele, só são
exibidos no Brasil porque foram
importados como contrapeso em
pacotes que têm à frente um filme
de grande bilheteria.
Weffort afirma que estão sendo
importados filmes que não têm
mercado, mas que acabam tirando
o espaço dos filmes nacionais.
"Não existe importação descontrolada. O Brasil recebe, no máximo, 250 filmes por ano, o suficiente para abastecer o mercado", diz
Jorge Pelegrino, presidente do Sindicato dos Distribuidores Brasileiros e vice-presidente para a América Latina da distribuidora UIP.
A idéia estudada pelo Ministério
da Cultura é que, a partir de certa
quantidade de filmes estrangeiros
comprados, a taxa por produto excedente seja tão alta que desestimule a importação sem critérios.
"Vamos acabar não podendo
trazer mais filmes alternativos.
"Mais e Melhores Blues' (de Spike
Lee) e "O Apóstolo' (de Robert Duvall) foram filmes que tiveram menos de 10 mil espectadores no país,
mas que trouxemos porque eram
obras de qualidade, que contribuem para a diversidade do mercado", diz Jorge Pelegrino. De
acordo com Rodrigo Saturnino,
gerente-geral da distribuidora Columbia Tristar, distribuidor não é
obrigado a comprar filmes de má
qualidade. "Deixamos de lançar
no cinema até 20 filmes porque
eles não se pagam. Alguns dos que
adquirimos -como "Nil by
Mouth' (de Gary Oldman)- já são
lançados direto em vídeo."
Segundo a produtora Lucy Barreto, de "O Que É Isso, Companheiro", de Bruno Barreto, e "O
Quatrilho", de Fábio Barreto, a
medida é necessária, uma vez que
os filmes nacionais não conseguem ficar muito tempo em cartaz,
devido à falta de salas de exibição.
"Companheiro' teve de sair de
cartaz porque sua distribuidora, a
Columbia, já havia assumido compromisso com filmes estrangeiros", afirma Luci.
"Se ela disse isso, está mentindo.
"Companheiro' foi retirado de cartaz porque não obteve público suficiente", diz Saturnino. "Companheiro" foi assistido por 313 mil
pessoas. "Central do Brasil", de
Walter Salles, foi visto por cerca de
1,5 milhão de pessoas.
(BG)
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