São Paulo, sexta, 30 de outubro de 1998

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Internautas se exibem na rede

da Redação

Truman vive como um peixinho num aquário, totalmente exposto. Isso seria um pesadelo para a maioria de nós, mas milhares de pessoas estão escolhendo viver assim e ainda têm muito trabalho com isso.
A Internet está repleta de Trumans voluntários -pessoas que fazem da banalidade de suas vidas um espetáculo sem fim.
O caso mais famoso é o da manjada Jennicam -a moça sem graça chamada Jennifer Ringley, que mantém uma câmera conectada à Internet no seu quarto.
Jenny chegava a transar diante da câmera, mas seu atual namorado não gosta muito da história. Ela fez de sua câmera um negócio, e hoje tem "assinantes", que pagam US$ 15 por ano para contemplá-la.
Na Voyeur TV (www.voyeurtv.com) várias Web cams amadoras estão organizadas em canais, com muitas mulheres, nudez e cenas picantes de muitos exibicionistas amadores.
É claro que já existe uma paródia do filme: "The Nerdman Show". O autor da página instalou nove câmeras em casa e oito no trabalho (www.nerdman.com).
Para quem quer ir direto ao assunto, o Yahoo lista uma coleção de câmeras só de sexo. Da dona de casa à Slavecam, tem um pouco de tudo.
Uma das câmeras mais originais da Internet já deixou de existir: Steve Mann (www.wearcam.org/index-graphical.html), que era estudante do Massachussetts Institute of Technology, andava pelo campus com uma câmera na cabeça -era possível literalmente ver o que ele via.
As moças gostavam que Mann as acompanhasse quando andavam pela universidade à noite. Achavam que a câmera as protegeria de ataques.
Hoje professor da Universidade de Toronto, Mann tem uma página sobre "câmeras vestíveis".
Uma família sueca colocou uma câmera dentro da geladeira, que tira uma foto cada vez que um de seus membros faz um lanchinho na madrugada. E a família é patrocinada pela Electrolux... (www.electrolux.se/house/kitchen/fridge/ real-fridge-cam/latest.cgi).
Chatas como espetáculo, as Web cams têm sua desculpa -cada vez mais se despeja trívia e bobagem sobre a vida de pessoas famosas na mídia. Natural que o espectador pense: "por que não eu?".
(MARIA ERCILIA)



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