São Paulo, segunda, 30 de novembro de 1998

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TELEVISÃO
O dia em que Vera Fischer matou Papai Noel

TELMO MARTINO
Colunista da Folha ² Falam do tal Fênix como ave fabulosa que ateava fogo às próprias penas, para depois renascer das suas cinzas lindo e maravilhoso. É claro que, em suas lendas, esses tão antigos nem poderiam imaginar que os modernos teriam alguém como a Vera Fischer.
Pois ela faz desse tal Fênix nada mais do que um ioiô. A Vera desaparece consumida sabe- se lá por quê. Mas quando renasce das cinzas, reaparece num estrondo de beleza. Como se fosse a primeira vez. São necessárias ao menos três cenas para conferir que não se está às voltas com divindades.
Muito hábil, a Globo escolheu um "Você Decide" para o reencontro do público com a maioria dos dotes da estrela Fischer. Os dotes exibidos (todos em ótima forma) já atordoaram suficientemente os desabituados telespectadores. No começo, Vera Fischer dança ao som de Cole Porter, nos jardins de uma daquelas festas de colunista. Enquanto a Vera Fischer dança, os homens dizem que ela é mulher para 500 talheres e outros tantos guardanapos.
Vera Fischer está casada com o rico Walmor Chagas e logo venceu a implicância de seu enteado, enfiando-se em seus lençóis para cenas de gozo e paixão com muita fotogenia para a câmera. Tanta era essa fotogenia que surgiu um filho. "É seu. Com ele sempre usei pílula." A família está de uma felicidade única. A festa sempre estará no quarto escolhido pela Vera.
Embora pelo arfar tudo indique que ela prefira o jovem mancebo. Será que ele se chama mesmo Fernando Alves Pinto? Bom nome para personagem. Para ator...
Está tão bom que é preciso estragar. O pai que é só avô quer matar o intruso bebê em seu berço. Mata o filho que lhe devorou a mulher. Depois insiste em sufocar o falso filho no berço. Vera, a mãe, atira. Que estranha sensação! Ao atirar no Walmor, com seus cabelos e sobrancelhas de algodão, parece que está cometendo o hediondo crime de assassinar Papai Noel.
Uma vez enclausurada, Vera Fischer mostra que sua beleza resiste a toda e qualquer desglamourização. De cara lavada conta ao advogado tudo o que aconteceu. "Foi amor à primeira vista com seu enteado." Mesmo assim, ele implicou com ela como se fosse uma usurpadora sem escrúpulos. Mas bastou aquela enfiadinha nos lençóis do rapaz... É a glória de Vera. Poucas palavras e dois lençóis.
Muito sexo alegre no quarto vizinho e amor ao filho. É claro que ficou decido que ela sairia da prisão, pegaria o filho, todos os milhões do falecido Papai Noel e sairia à procura dos dois lençóis que sempre completam sua felicidade. Vera Fischer tem de ter tudo pelo tudo que ela nos dá.



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