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Primeiro-ministro abre festival de Amsterdã
do enviado a Amsterdã
Uma mensagem em vídeo transmitida diretamente da Argentina
pelo primeiro-ministro holandês
Wim Kok abriu na semana passada o 11º Festival Internacional de
Documentários de Amsterdã.
Mais que um gesto de cortesia,
foi a devolução de uma gentileza.
Kok era o personagem central do
filme de abertura, "De Keuken van
Kok" (A Cozinha de Kok), um retrato dos bastidores da campanha
eleitoral que o manteve no cargo
em maio último.
Para felicidade geral, "A Cozinha
de Kok" revelou-se um filme de
pegada leve e apelo universal. Wim
Kok é o pouco carismático líder
dos trabalhistas holandeses. Uma
pesquisa pré-eleitoral coroou-o
como o menos "cool" dos políticos
nacionais. Um documentário centrado nele tinha tudo para ser um
tédio só.
Mas Niek Koppen, o diretor, é do
ramo. Estreou há seis anos com
um belo filme sobre boxe, "Siki".
Desta vez Koppen soube se inspirar na escola Pennebaker de documentarismo político. Menos que o
clássico "Primary" (1962), dedicado a Kennedy, o modelo foi "The
War Room" (1993), que acompanha a primeira campanha presidencial de Bill Clinton.
A fórmula não tem segredo. Exige sobretudo independência e senso de humor. A câmera na mão segue a agenda do candidato e seus
principais assessores. Nada de
grandes debates programáticos.
São detalhes concretos que vão
conquistando o espectador.
O primeiro-ministro britânico
Tony Blair faz uma aparição de
apoio e o contraste mais debilita
do que fortalece Kim. O candidato
expõe ingenuamente sua visão utilitária da imprensa.
Koppen filma uma campanha à
moda antiga. Coerência ideológica
sobrepõe-se ao pragmatismo publicitário. O candidato Kim não se
oculta atrás da cortina midiática.
Com cartazes, comícios e programas de rádio, parece disputar a vereança em Campinas -e não o governo holandês.
"A Cozinha de Kok" garantiu assim uma abertura amena, mas não
parece ter maiores chances de premiação. A lista de filmes concorrentes foi à última hora engordada
em cinco títulos.
"Os Humilhados" (Dinamarca),
de Jesper Jargil, acompanha as filmagens de "Os Idiotas", de Lars
von Trier. O finlandês "Céu Branco", de Suasanna Helke e Virpi
Suutari, revela o duro cotidiano de
uma mulher no interior da Rússia.
Las Vegas é o tema de Paul Wilmshurst em "Lei da Máfia".
A busca do êxtase pauta "Lucky
People Center Internacional", de
Erik Pauser e Johan Soederberg.
Por fim, em "Arizona", Ewa Borzecka trata de uma marca de vinho
barato que anestesia os moradores
de uma miserável cidadela polonesa. A maratona soma agora 188 títulos.
(AL)
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