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Crítica
Chabrol fala de vaidades com sorriso irônico
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Em Claude Chabrol as mulheres podem ser sábias ou ingênuas. Mas ambas as categorias têm um pendor quase irresistível por se verem presas em
tramas bem masculinas.
É bem o que acontece em
"Uma Garota Dividida em
Dois" (Cinemax, 20h05; 16
anos), com a bela Gabrielle
(Ludivine Sagnier), moça do
tempo de um canal local, estrelinha bonita e frágil, dividida
entre as atenções de um escritor cheio de fama e um jovem
cheio de pretensão.
Como sempre, Chabrol olha
com um sorriso irônico para o
universo das vaidades, mas esse sorriso se deixa toldar por
um olhar grave.
O melhor é que tudo isso se
faz no filme como se fosse a
coisa mais simples do mundo.
Como se tudo estivesse lá, na
vida, e o filmador nada tivesse a
fazer exceto registrar o que está vendo.
Pois é com um sorriso irônico, também, que Chabrol conduz sua arte.
Com um ar de quem não
quer nada, este seu filme de
2007 vai nos dizendo: "Olhe
bem, é assim que se faz".
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