São Paulo, quarta-feira, 31 de março de 2010

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Crítica

Chabrol fala de vaidades com sorriso irônico

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Em Claude Chabrol as mulheres podem ser sábias ou ingênuas. Mas ambas as categorias têm um pendor quase irresistível por se verem presas em tramas bem masculinas.
É bem o que acontece em "Uma Garota Dividida em Dois" (Cinemax, 20h05; 16 anos), com a bela Gabrielle (Ludivine Sagnier), moça do tempo de um canal local, estrelinha bonita e frágil, dividida entre as atenções de um escritor cheio de fama e um jovem cheio de pretensão.
Como sempre, Chabrol olha com um sorriso irônico para o universo das vaidades, mas esse sorriso se deixa toldar por um olhar grave.
O melhor é que tudo isso se faz no filme como se fosse a coisa mais simples do mundo. Como se tudo estivesse lá, na vida, e o filmador nada tivesse a fazer exceto registrar o que está vendo.
Pois é com um sorriso irônico, também, que Chabrol conduz sua arte.
Com um ar de quem não quer nada, este seu filme de 2007 vai nos dizendo: "Olhe bem, é assim que se faz".


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