|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Crítica
Thyme tem cardápio trabalhado de base italiana, mas carta de vinhos enxuta
JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA
O
novo restaurante
Thyme -um daqueles
nomes que confunde o
público (significa tomilho em
inglês e pronuncia-se mais ou
menos "taime")- tem uma
proposta híbrida: servir pratos
à la carte à noite, bufê no almoço durante a semana e café da
manhã seguido de brunch aos
sábados e domingos. O cardápio mais trabalhado, de base
italiana, mas com referências a
outros países, é o do jantar, fruto das viagens dos proprietários, os primos Rino Siviero, 36,
e Leandro Vieira, 30. O primeiro morou cinco anos na Austrália, onde chegou a se tornar barista; de volta ao Brasil, pensou
em abrir uma rede de cafés.
O ponto encontrado para o
empreendimento foi o do antigo Giardinetto, em Moema
-mas ao assumi-lo, em 2006, a
dupla optou por investir mais
na cozinha do que no café. Para
isso, chamaram o jovem cozinheiro Gustavo Cacezes, 24,
que já havia passado por alguns
restaurantes da cidade, mas assumiu pela primeira vez a chefia de uma cozinha e a elaboração de um cardápio. Este resultou bem enxuto. As entradas
são apenas três saladas (a da casa tem folhas, legumes grelhados, palmito, parmesão e molho de mostarda e tomilho) e
quatro opções de bruschetta,
além da porção de bolinhos de
risoto (empanados, como o
supplì italiano, que costuma ser
mais acentuado no açafrão).
Os pratos principais são apenas 11, quase todos de (ou com)
massas. De um lado, algumas
bem tradicionais (ravióli de
mussarela de búfala com tomate e manjericão; fettuccine ao
pesto com manjericão e pinoli,
acompanhando costeletas de
cordeiro num ponto preciso).
De outro, uma feliz adaptação de um clássico (lasanha
com recheio de ossobuco e mix
de cogumelos; gostosa, mas ressecada nas bordas). E ainda a
incursão em sabores mais exóticos (fettuccine com molho de
leite de coco, raiz de coentro e
camarão; tortelloni de abóbora
com molho de carne-seca e
Catupiry). Como sobremesa,
um curioso cheese-cake de
café com leite.
Mesmo com a casa vazia, a
cozinha consegue o escorregão
de trazer ao mesmo tempo um
prato quentíssimo e outro já
frio. E, neste frio, a carta de vinhos poderia ser mais robusta:
são apenas 14 opções, mesmo
número de tipos de café espresso oferecidos (aí, um acerto).
josimar@basilico.com.br
Texto Anterior: Nina Horta: Bota-fora dos livros invasores Próximo Texto: Thyme Índice
|