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Suzana Salles e Itamar estão no CD
especial para a Folha
Conheça, a seguir, todas as músicas do novo CD de Ná Ozzetti.
"Ultrapássaro", de Dante Ozzetti, faz com que a voz da cantora
alongue as nuvens "até onde a terra se arredonda", além de ultrapassar o limite "onde nenhum
pássaro ultrapassará", segundo os
versos de José Miguel Wisnik, que
contribui com mais duas composições de peso: "Outra Viagem" e
"O Tapete", essa última em parceria com a cantora.
Da dupla sertaneja Cacique e
Antonio Correia, Ná gravou a
moda de viola "Princesa Encantada", com um afinadíssimo duo
com a cantora Suzana Salles.
"Sanfoneiros Serelepes" teve a
letra ditada por telefone por seu
autor, Itamar Assumpção. Aqui,
Dante posiciona a malha produzida pelos sons dos violões, soando
como uma sanfona, para suingarem versos que dizem : "Dominguinhos manda um rap/ Já Sivuca, um Stravinsky/ Oswaldinho
vai de rock/ o Hermeto de suíte".
"Canto Em Qualquer Canto" e
"Você Se Foi" são mais duas felizes colaborações de Itamar.
"Capitu" (leia letra acima), de
Luiz Tatit, moderniza a ambiguidade do personagem de "Dom
Casmurro", de Machado de Assis,
trazendo a idéia de uma atração
exercida tanto do ponto de vista
concreto quanto do virtual.
O compositor ainda aparece
com "Crápula", "Nosso Amor",
"Desfile", "Toque de Reunir", "Eu
Voltarei" e "Estopim". Essa última, um belo retrato sonoro-poético das dificuldades encontradas
nas relações amorosas, nas quais
os olhares transformam aquilo
que é olhado.
"Nada é tão fácil no início/ Nem
no percurso, nem no fim/ Nada é
tão natural/ Nada é tão trivial/
Nem uma flor, nem todo o jardim/ Amor que é simples se complica/ E todo amor vai ficando assim/ Um faz algum sinal/ O outro
já interpreta mal/ E o que era banal vira um estopim/ Sim, detonou, foi um caos/ Nosso amor ia
bem, não tão bem, mas, enfim,
bem normal/ Complicou quando
eu comentei que era tão triste o
teu olhar/ Meu olhar?Como assim?/ A tristeza vem de você pra
mim/ A tristeza de um olhar/
Vem do outro olhar/ Vem de tanto olhar/ Como assim?/ Pelo olhar
pode haver um motim/ Não entendi, mas senti que era o fim".
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