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ILUSTRADA
Novo texto elimina referência a "valores da família" e mantém taxas
MinC muda projeto do audiovisual
DA REPORTAGEM LOCAL
O MinC (Ministério da Cultura)
divulgou ontem nova versão de
seu anteprojeto de criação da Ancinav (Agência Nacional do Cinema e do Audiovisual) que exclui
artigos classificados por críticos
da proposta como intervencionistas, mantém taxações sobre ingressos (10%), cópias de filmes estrangeiros (R$ 600 mil para lançamentos acima de 200 cópias), títulos de vídeo e DVD (9%) e anúncios publicitários (4%) e suaviza a
atuação punitiva da nova agência.
O texto revisado foi entregue
aos representantes civis no Conselho Superior de Cinema (responsável por sua análise antes do
envio ao Congresso) em reunião
com equipe do MinC, em Brasília.
A redação atual elimina referências à proteção dos "valores éticos
e sociais da pessoa e da família" e
à "preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas" pelas "prestadoras de
serviços de telecomunicações".
O artigo mais criticado da versão original (43) foi reformulado.
Onde se dizia que compete à Ancinav "dispor sobre a responsabilidade editorial e as atividades de
seleção e direção de programação" das TVs, agora se diz que "à
Ancinav compete o cumprimento
do disposto no parágrafo 2º do artigo 222 da Constituição Federal".
O artigo 222 estabelece que a
propriedade de empresas jornalísticas e de TV deve ser de brasileiros, "aos quais caberá a responsabilidade por sua administração
e orientação intelectual".
"São basicamente mudanças semânticas, para melhorar o entendimento do texto", diz Orlando
Senna, secretário do Audiovisual.
O novo texto elimina os itens
que davam à Ancinav poder de
"resolver administrativamente
conflitos de interesses entre exploradores de atividades cinematográficas e audiovisuais" e "atuar
no controle e prevenção de infrações à ordem econômica, propondo a instauração de processo
no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica)".
Foi mantido o artigo que dá à
agência o poder de "estabelecer
restrições, limites ou condições à
exploração de atividades cinematográficas e audiovisuais" pelas
TVs, "visando propiciar a competição efetiva e a diversidade de
fontes de informação" e também
a previsão de que as TVs estabeleçam "compromisso público" para
a exibição de filmes de produção
independente e regional.
Outras mudanças estabelecem
que a Ancine (Agência Nacional
do Cinema) será transformada
em Ancinav, com a incorporação
de seus funcionários, e não mais
extinta, como previa o texto anterior. O presidente da Ancine, Gustavo Dahl, participou da reunião.
Não houve tempo para que os
membros do conselho analisassem o novo texto. A reunião durou pouco mais de duas horas e tinha como pauta a análise do
preâmbulo do anteprojeto.
O MinC informou que a nova
versão do texto será adicionada
ao site www.cultura.gov.br
/projetoancinav, onde o anteprojeto original está em consulta pública.
(SILVANA ARANTES)
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