São Paulo, quarta-feira, 31 de agosto de 2011

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Little Italy

68º Festival de Veneza, que começa hoje, amplia espaço para produções norte-americanas e aposta em estrelas de Hollywood para competir com mostra de Toronto

GABRIELA LONGMAN
DE SÃO PAULO

O leão procura reagir. Enfraquecido nos últimos anos, o 68º Festival de Cinema de Veneza começa hoje com uma programação que aposta em diretores consagrados e na presença massiva do estrelato de Hollywood para recuperar seu prestígio.
Se, em 2010, a mostra competitiva concentrou suas apostas no "world cinema" e em diretores algo marginais, neste ano as águas da Laguna Veneta parecem mais abertas aos encantos -e ao dinheiro- da indústria norte-americana. Dez dos 22 filmes da disputa são falados em inglês.
George Clooney exibe hoje, na abertura, "Tudo pelo Poder" (leia ao lado). A competição traz as novas produções de David Cronenberg ("A Dangerous Method") e Roman Polanski ("Carnage").
Nos próximos dias, pernas de Kate Winslet, Matt Damon, Jude Law, Philip Seymour Hoffman e Gwyneth Paltrow vão desfilar pelo tapete vermelho.
"Procuramos estreitar a relação com o cinema americano a cada ano", disse em entrevista coletiva Marco Müller, diretor do festival. Ele afirma, entretanto, ter selecionado filmes que fazem "pensar ou sonhar", citando "Tudo pelo Poder" como um bom exemplo de "olhar crítico sobre a atualidade".
Longas dirigidos por Madonna ("W.E.") e Al Pacino ("Wilde Salome") serão exibidos em sessões especiais, fora da competição. Se uma espécie de constelação estelar marca o primeiro tempo da programação, na segunda semana estão concentrados os filmes de autores menos midiáticos -italianos e orientais sobretudo.
Alexandr Sokurov apresenta seu "Faust", o chinês Johnnie To mostra "Life without Principle" e Cristina Comencini, "Quando la Notte". A divisão tem uma razão prática de ser: o festival de Toronto. Começando no próximo dia 8, com Veneza ainda em curso (vai até o dia 10), a mostra canadense vem se tornando uma plataforma de lançamento tão ou mais eficaz do que o Lido.
Na competição mercadológica, a possibilidade de um contrato de distribuição nos Estados Unidos pode valer mais do que os aplausos dos críticos e cinéfilos europeus.
Mirando o Oscar e as estratégias diversas de lançamento, as grandes produções não hesitam em pousar para a foto na cidade italiana, mas partir logo em seguida rumo ao outro lado do Atlântico.


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