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Crítica
Terror "classudo" de Kubrick soa muito pedante
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Todos têm os seus gostos, tudo bem. Mas às vezes, manifestar uma preferência parece
confissão. Eu, por exemplo, tenho mil vezes mais prazer em
rever "Carrie, a Estranha", do
que "O Iluminado" (Universal
Channel, 23h).
Digo mais um pouco: embora
"O Iluminado" provoque uma
fria admiração, tenho a sensação de estar diante de um filme
extremamente pedante, como
se ele quisesse me dizer a cada
"take": "Olha, eu sou um filme
de terror, mas não como esses
filmes de terror que você costuma ver. Eu tenho classe". E
Jack Nicholson aparece como a
prova final dessa afirmação.
Confesso um pouco mais: a
maior parte dos filmes de Stanley Kubrick anda me aborrecendo profundamente, com exceção de "O Grande Golpe", de
"Laranja Mecânica", este, de
fato, um filme e tanto.
Dizem que Kubrick era um
grande artista e, pessoalmente,
um grande chato. Sobre a primeira afirmativa, o tempo dará
a resposta final.
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