São Paulo, terça-feira, 31 de outubro de 2006

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BNDES libera R$ 12,8 mi para produção de filmes

Longas de Miguel Falabella e Guel Arraes estão entre os que recebem apoio

Segundo representante da comissão, foram priorizados projetos de produtoras de sucesso; das 10 maiores do país, 7 foram beneficiadas

TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO

A capacidade de atrair público foi decisiva na seleção dos 20 filmes que receberam apoio de R$ 12,8 milhões do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social) para produção ou finalização das obras. Na lista, anunciada ontem, estão produções com apelo comercial, como "Polaróides Urbanas", de Miguel Falabella, "Romance", de Guel Arraes, e "Sexo Oposto", de Wolf Maya.
Segundo o representante da comissão, o sociólogo e sócio da cadeia Unibanco Artplex Adhemar Oliveira, ao escolher os classificados entre os 166 projetos recebidos, a idéia era "apostar no filme que tenha um alcance maior de público".
Ele disse ainda que a comissão se preocupou em apoiar produtoras de sucesso -das dez maiores produtoras do país, sete foram beneficiadas.
"Uma produtora de cinema precisa ter uma produção a cada ano [para se manter], por isso produtoras que tiveram sucesso nos últimos três anos e apresentaram dois projetos [no processo] tiveram um deles aprovado. São produtoras que fizeram quatro, cinco milhões de espectadores."
Demian Fiocca, presidente do BNDES, tentou relativizar a declaração de Oliveira e disse que o banco não priorizou a visão "comercial". "Quando o BNDES assume, dentro do conjunto de políticas do Ministério da Cultura, um papel mais relevante na dimensão da economia da cultura, não significa que passe a ter uma denominação comercial. Não é a busca apenas do sucesso financeiro do filme", defendeu. Para ele, alcançar mais público não significa que o filme tenha menor qualidade. "Não é no sentido mercantilista, de só querer saber do lucro", afirmou.
Presente ao evento, o ministro da Cultura, Gilberto Gil, disse que o edital fortalece a posição do banco de "levar sua política de atendimento ao setor cultural com visão mais republicana". "A cultura como economia é uma percepção cada vez mais difundida, e o governo não está alheio a isso", afirmou.
A verba é distribuída com base na Lei de Incentivo ao Audiovisual, ou seja, o banco ganha participação nos filmes- a porcentagem varia para cada produção - e obtém reembolso do investimento no IR.
Dos 20 filmes, a maioria (13) é do Rio, Estado que apresentou cerca de metade dos projetos. Os selecionados são 15 filmes de ficção, três de animação e dois documentários.
Segundo Oliveira, os documentários passam por uma "profusão perigosa", porque a câmera digital está facilitando a criação deste tipo de filme, que nem sempre deve ser distribuído nos cinemas. Por isso, argumenta, a comissão teve critérios rigorosos na aprovação dos dois que foram financiados.


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