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BNDES libera R$ 12,8 mi para produção de filmes
Longas de Miguel Falabella e Guel Arraes estão entre os que recebem apoio
Segundo representante da comissão, foram priorizados projetos de produtoras de sucesso; das 10 maiores do país, 7 foram beneficiadas
TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO
A capacidade de atrair público foi decisiva na seleção dos 20
filmes que receberam apoio de
R$ 12,8 milhões do BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Social) para produção
ou finalização das obras. Na lista, anunciada ontem, estão produções com apelo comercial, como "Polaróides Urbanas", de
Miguel Falabella, "Romance",
de Guel Arraes, e "Sexo Oposto", de Wolf Maya.
Segundo o representante da
comissão, o sociólogo e sócio da
cadeia Unibanco Artplex Adhemar Oliveira, ao escolher os
classificados entre os 166 projetos recebidos, a idéia era
"apostar no filme que tenha um
alcance maior de público".
Ele disse ainda que a comissão se preocupou em apoiar
produtoras de sucesso -das
dez maiores produtoras do
país, sete foram beneficiadas.
"Uma produtora de cinema
precisa ter uma produção a cada ano [para se manter], por isso produtoras que tiveram sucesso nos últimos três anos e
apresentaram dois projetos [no
processo] tiveram um deles
aprovado. São produtoras que
fizeram quatro, cinco milhões
de espectadores."
Demian Fiocca, presidente
do BNDES, tentou relativizar a
declaração de Oliveira e disse
que o banco não priorizou a visão "comercial". "Quando o
BNDES assume, dentro do conjunto de políticas do Ministério
da Cultura, um papel mais relevante na dimensão da economia da cultura, não significa
que passe a ter uma denominação comercial. Não é a busca
apenas do sucesso financeiro
do filme", defendeu. Para ele,
alcançar mais público não significa que o filme tenha menor
qualidade. "Não é no sentido
mercantilista, de só querer saber do lucro", afirmou.
Presente ao evento, o ministro da Cultura, Gilberto Gil,
disse que o edital fortalece a posição do banco de "levar sua política de atendimento ao setor
cultural com visão mais republicana". "A cultura como economia é uma percepção cada vez mais difundida, e o governo
não está alheio a isso", afirmou.
A verba é distribuída com base na Lei de Incentivo ao Audiovisual, ou seja, o banco ganha participação nos filmes- a
porcentagem varia para cada
produção - e obtém reembolso
do investimento no IR.
Dos 20 filmes, a maioria (13)
é do Rio, Estado que apresentou cerca de metade dos projetos. Os selecionados são 15 filmes de ficção, três de animação
e dois documentários.
Segundo Oliveira, os documentários passam por uma
"profusão perigosa", porque a
câmera digital está facilitando a
criação deste tipo de filme, que
nem sempre deve ser distribuído nos cinemas. Por isso, argumenta, a comissão teve critérios rigorosos na aprovação dos
dois que foram financiados.
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