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MUSEU
Após 26 meses de reformas, o centro cultural Georges Pompidou, em Paris, volta a funcionar
Abre amanhã o "Louvre do século 21"
FÁTIMA GIGLIOTTI
de Paris
O centro cultural Georges Pompidou, mais conhecido como
Beauborg, reabre suas portas para
o público a partir das 11h deste dia
1º de janeiro, depois de 26 meses
de "recesso" para reformas, que
consumiram cerca de US$ 100
milhões (576 milhões de francos).
"Já era tempo de fazer um trabalho de renovação geral no centro. Além disso, com a ampliação
do Museu Nacional de Arte Moderna para dois andares inteiros,
precisamos conceber um novo
projeto arquitetônico também",
disse Isabelle Monod-Fontaine,
diretora-adjunta do museu.
Quando foi fundado, em 1977, o
centro Georges Pompidou esperava receber diariamente 7.000 visitantes. Mas contabilizou quase
o quádruplo, com a média de
25.000 por dia. Desde a sua fundação, cerca de 160 milhões de pessoas passaram pelo centro.
Segundo dados da Maison de la
France, de 1998, no ano em que
foi fechado para reformas, o
Beaubourg era o terceiro lugar
mais visitado de Paris (5,6 milhões), atrás apenas da catedral
Notre Dame (12 milhões) e da
igreja Sacré-Coeur (6 milhões).
Arte do século 20
Algumas das principais novidades da versão ano 2000 do
Beaubourg, um dos principais
centros mundiais de referência da
arte e da cultura do século 20, estão no Museu Nacional de Arte
Moderna, que agora ocupa o
quarto e o quinto níveis do centro
(confira as atrações do Pompidou
ao lado).
"O quinto andar foi reservado à
coleção de arte moderna até os
anos 60, e o quarto, consagrado à
arte contemporânea", comenta
Monod-Fontaine. A nova concepção do museu foi elaborada
por seu diretor, Wernes Spies.
Com 4.500 metros quadrados a
mais (totalizando 14.000), o museu agora expõe 1.400 obras permanentemente. Antes da reforma, eram 800. "Essa nova apresentação é também uma metamorfose", afirmou Spies.
"Há pinturas, esculturas, mas
também obras de arquitetura, design, fotografia, todas integradas
no percurso", disse Spies, "e os
diálogos entre Braque e Picasso,
as confrontações entre Balthus e
Bellmer, ou as inovações, como
Raynaud e Beuys na mesma sala."
Não foi à toa que o presidente
do centro cultural Georges Pompidou, Jean-Jacques Aillagon, reservou um dos seus raros minutos de descontração enquanto supervisionava os últimos retoques
antes da reabertura, para dizer à
Folha: "É um encantamento. Vamos reabrir o Louvre do século
21".
Acervo e aquisições
Entre as 900 obras expostas no
quinto andar, dedicado à arte
moderna de 1900 a 1960, a história
do período é "narrada" por obras
do fauvismo, do expressionismo
abstrato americano, por exemplo,
com destaque para o conjunto de
esculturas cubistas e as obras de
grandes artistas como Matisse,
Picasso, Kandinsky e Miró.
Além de estarem representados
os principais movimentos artísticos, como o surrealismo, o abstracionismo e a arte informal, no
quinto nível há ainda o terraço,
renovado por Renzo Piano -
responsável pelo projeto do centro, junto a Richard Rogers-,
com espelhos de água que refletem o céu de Paris, e esculturas
monumentais de Laurens, Calder
e Miró.
Na entrada do quarto andar, há
também uma grande escultura de
Jean Tinguely, e as obras contemporâneas da arte pop de Warhol e
Rauschenberg, do novo realismo
de Arman e Niki de Saint-Phalle,
do cinematismo de Albers e Vasarely, da arte conceitual e dos novos nomes da pintura figurativa.
O acervo do Museu Nacional de
Arte Moderna do centro cultural
Georges Pompidou, de 44.000
obras, é considerado o segundo
do mundo, atrás do MoMA (Museu de Arte Moderna), de Nova
York.
"Sem comparar termo a termo,
o que sempre é muito difícil, nossa coleção é comparável às maiores do mundo, principalmente à
do MoMA. Nós somos amigos e
rivais em matéria de arte moderna e contemporânea", comentou
a diretora-adjunta do museu
francês.
A previsão é de que, a cada 18
meses, a exposição permanente
das obras modernas seja renovada, e a das obras contemporâneas, anualmente, para que a coleção seja conhecida pelo público.
O centro Georges Pompidou
reabre com novos horários, das
11h às 21h.
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