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"Até hoje me perguntam se vai chover"
Ex-moça do tempo, Patrícia Poeta fala sobre a missão de substituir Glória Maria no "Fantástico" a partir do próximo domingo
Vídeo no YouTube mostra apresentadora aos 16 anos com roupas de ginástica: "Meu filho diz que parecia a moça do "Power Rangers"
LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A nova apresentadora do
"Fantástico" parece bem-humorada. Em entrevista à Folha, Patrícia Poeta, 31, deu uma
resposta simpática a uma pergunta sobre um vídeo engraçado do YouTube em que ela, no
início da carreira, mostra suas
curvas em uma roupa de ginástica bem justa. "No começo até
me incomodou. Mas, quando
meu filho viu e disse que achou
legal porque eu parecia a moça
do "Power Rangers", relaxei."
Abaixo, ela fala sobre a missão de substituir Glória Maria a
partir do próximo domingo.
FOLHA - O que achou de entrar no
lugar de Glória Maria?
PATRÍCIA POETA - Essa história de
"entrar no lugar" pode passar
uma idéia equivocada: a de que
eu ou qualquer outra pessoa
poderia ocupar o lugar da Glória Maria. Ela é uma personalidade, criou um estilo de fazer
jornalismo para TV. E isso foi
construído ao longo de 30 anos.
Estou fazendo meu caminho,
aos poucos, um passo atrás do
outro. Estou na Globo há oito
anos. Colaboro com o "Fantástico" há seis. Passei cinco anos
fora do Brasil e trabalhei como
correspondente internacional.
FOLHA - Glória sempre teve empatia com o público. Acha que encontrará rejeição dos "órfãos" dela?
POETA - Pode me incluir nesta
lista. Sou fã da Glória Maria. E
sei que ídolo não é substituível.
O que eu quero é a chance de
mostrar meu trabalho, fazer as
coisas do meu jeito. E assim,
quem sabe, também conquistar
um lugarzinho no coração deles. O meu desafio será conseguir conciliar meu estilo com a
proposta do programa.
FOLHA - Glória é também conhecida pelas matérias em que chora e
"entra em ação". Você pensa em fazer esse tipo de reportagem?
POETA - Tenho duas paixões:
contar a história de bons personagens e fazer reportagem sobre cinema. A abordagem depende do momento.
FOLHA - Já nos bastidores, Glória
Maria tem fama de ser difícil. Você é
uma pessoa mais tranqüila?
POETA - Em televisão chega
uma hora em que nada é tranqüilo. Quando você tem que entregar a reportagem e faltam
dez minutos para o programa
começar, não tem meio-termo.
Mas eu sempre lidei bem com
isso. Provavelmente por causa
do meu temperamento. Sou
muito tranqüila, na minha.
FOLHA - O YouTube traz um vídeo
engraçado em que você está com
roupa de ginástica, no início da carreira, errando bastante o texto.
POETA - Ah, o vídeo do YouTube... No começo até me incomodou. Mas, quando meu filho viu
e disse que achou legal porque
eu parecia a moça do "Power
Rangers", relaxei. E ele estava
certo. Naquele vídeo está uma
garota de 16 anos, fazendo teste
para um comercial e já sonhando com TV. Não tem nada de
mais. A única coisa de que não
gosto nesta história é o oportunismo de quem botou o vídeo.
FOLHA - Do que mais e menos gostou de fazer em sua carreira? Gostava de ser a moça do tempo?
POETA - Fui repórter em Porto
Alegre e São Paulo. O trabalho
na rua me ensinou muito. Tive
oportunidades na apresentação, tanto como âncora do
"SPTV" quanto como moça do
tempo. Guardo com carinho essa história de moça do tempo.
Até hoje brincam comigo perguntando se vai chover. Em seguida, veio a mudança para Nova York e a experiência como
correspondente. Num dia você
está fazendo reportagem sobre
a Guerra do Iraque, no outro,
entrevista o Steven Spielberg.
FOLHA - O seu casamento com
Amauri Soares determinou sua ida
para Nova York, quando ele foi cuidar da sede da Globo de lá. De que
maneira ser casada com um diretor
da Globo interfere na sua carreira?
POETA - De fato, fomos para
Nova York porque o Amauri foi
transferido. Mas não podíamos
imaginar como o período no exterior seria rico. Deixei algo de
que gostava muito, o "SPTV", e
comecei do zero. Descobri como é difícil ser correspondente.
Parei de trabalhar e fiz dois
anos de pós-graduação em cinema na Universidade de Nova
York. A esta altura, ser ou não
casada com um diretor da Globo não fazia diferença. Vai fazer
seis anos que o Amauri saiu do
departamento de jornalismo [e
se tornou diretor da Globo Internacional]. Trabalhamos na
mesma empresa, mas em áreas
que não têm ligação.
FOLHA - Você já recebeu convite
para posar para a "Playboy". Dependendo da oferta, aceitaria?
POETA - Eu? Tô fora...
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