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Crítica - Show

No Rio, The Cure compensa espera dos fãs

Após ausência de 17 anos, quinteto fez apresentação anteontem com 40 músicas; banda toca hoje em São Paulo

MARCO AURÉLIO CANÔNICO DO RIO

Quarenta canções, em mais de três horas de show, compensam uma ausência de 17 anos? A julgar pela reação dos fãs ao que o quinteto inglês The Cure mostrou na noite de anteontem, no Rio, a resposta é sim.

Em sua terceira vinda ao Brasil, a banda fez novamente um grande apanhado de suas mais de três décadas de carreira, para tentar agradar a todos, dos fãs da fase pós-punk aos góticos, indies e os que só conhecem os hits.

O repertório destacou os álbuns "Disintegration" (1989) e "Wish" (1992), cada um com sete canções executadas. Mas quase todos os discos da banda tiveram seus momentos.

Sucessos radiofônicos como "Boys Don't Cry", "In Between Days" e "Friday I'm in Love" se alternaram com canções menos pop, mas benquistas pelos fãs -como "A Forest" e "Shake Dog Shake".

É claro que, nesse esquema tipo rodízio, com grande quantidade e variedade, ninguém gosta de tudo que é oferecido. Mas é difícil alguém dizer que não saiu saciado.

A apresentação, na HSBC Arena (na Barra da Tijuca), teve a seu favor condições técnicas impecáveis: o som estava ótimo, os telões idem, alternando imagens do show, cheias de efeitos, e vídeos.

A plateia -pouco menos de 9.000 pessoas, segundo os organizadores-, no entanto, esteve morna em boa parte do show, o que acabou se traduzindo no desempenho da banda, que fez tudo certinho, mas sem grande empolgação.

Apesar do inevitável foco em seu vocalista -ainda descabelado, maquiado e rechonchudo-, o Cure é mais do que apenas Robert Smith: é uma banda competente e afiada, que brilha como conjunto em diversos momentos.

Destaque para o baixo de Simon Gallup, peça fundamental em boa parte das canções.

Após mais de duas horas de apresentação, o primeiro bis, com uma trinca de músicas lentas do "Disintegration" ("Plainsong", "Prayers for Rain" e a faixa-título), passou sem causar comoção.

Já o segundo foi um show à parte, o grande momento da noite: dez canções pop, animadas, incluindo os hits "The Lovecats", "Close to Me" e "Boys Don't Cry".

O encerramento foi uma volta ao pós-punk que marcou o início da banda, com "10:15 Saturday Night" e uma versão ainda mais acelerada de "Killing an Arab", ótimas.

É pena que essa fase inicial do Cure tenha ficado sub-representada no repertório -mesmo com 40 canções não houve espaço para "Fire in Cairo" e "Jumping Someone Else's Train", Robert?


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