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Casa guarda maior acervo de vinis em SP

Entre os mais de 50 mil discos há pérolas como uma rara edição original de "Racional, Vol. 1", de Tim Maia, de 1975

Parte da coleção será exposta neste domingo na versão paulistana do Record Store Day, evento criado nos EUA

GAÍA PASSARELLI COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Desde 2000, mais de 4.000 lojas de discos fecharam as portas nos EUA, um reflexo do aumento da troca de arquivos digitais na internet. Mas o baque não foi suficiente para decretar a morte do formato.

Desde 2007, por iniciativa de pequenas e grandes lojas, acontece no terceiro domingo de abril o Record Store Day. Neste ano, o "dia da loja de discos" acontecerá no próximo dia 20.

A ideia de loja de discos como um lugar de descobertas, a principal bandeira da comemoração, está viva em uma rua do Jaçanã, zona norte de São Paulo, onde dois amigos guardam as maiores relíquias do vinil brasileiro, que não raro chegam a quatro dígitos quando à venda.

Cinco minutos de conversa com Zico e Chico, como são conhecidos Ezequiel Souza e Francisco de Carvalho, bastam para deixar boquiaberto qualquer entusiasta do vinil.

O acervo de 50 mil discos foi montado em garimpagens feitas nos últimos 15 anos. As vendas são negociadas por e-mail ou telefone. As visitas têm sempre hora marcada.

Alguns desses achados estarão à venda hoje na Feira do Vinil, que adianta o Record Store Day em São Paulo.

Lá, Zico e Chico exporão originais como o disco homônimo de Gerson King Combo, lançado em 1970, além de "Racional, Vol. 1" de Tim Maia, de 1975, obras que DJs e produtores estrangeiros disputam no tapa em sebos e lojas europeias e americanas.

"O que nos diferencia é a qualidade", se gaba Ezequiel Souza. A tal excelência, que já atraiu nomes como o aclamado produtor americano Diplo, vem do conhecimento e do gosto musical da dupla, que se conheceu comprando discos em feiras de rua do centro de São Paulo.

O PRIMEIRO DO REI

Souza se esquiva quando o assunto é o valor dos discos mais raros que já vendeu. Esconde o milagre, mas revela o santo: "O mais caro foi o primeiro de Roberto Carlos".

Lançado em 1959 e renegado pelo cantor até hoje, o EP tem duas músicas, "João e Maria" e "Fora do Tom", em que ele emula timbres de bossa nova, a moda da época.

Mas o prazer do vendedor é mesmo indicar o que considera grandes discos injustamente esquecidos.

É quando aproveita para exibir, por exemplo, o único exemplar de "Bango", gravado em 1971 pela banda de mesmo nome.

"É um disco riquíssimo, que mistura psicodelia com progressivo. Quase ninguém conhece", aponta.


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