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Valor do ingresso pode cair 35% com lei

Aprovado no Senado, limite de 40% para meias-entradas em eventos culturais causa divergência entre produtores

Empresários do meio cultural dizem que, no cenário atual, paga-se um "preço falso" pela entrada inteira

JULIANA GRAGNANI COLABORAÇÃO PARA A FOLHA LUCAS NOBILE DE SÃO PAULO

O limite de 40% da venda de ingressos de meia-entrada reduzirá o preço total das entradas em até 35%.

A afirmação é repetida pelos principais empresários do setor de entretenimento no país e por produtores culturais, que dizem que os valores praticados hoje são artificialmente inflados.

O teto foi aprovado pelo Senado nesta terça (16) no Estatuto da Juventude e segue para apreciação na Câmara.

Atualmente, não há limites para a venda de ingressos para estudantes. "Quando fizemos o show do Tony Bennett, 72% dos ingressos foram de estudantes. Isso é justo?", questiona Bazinho Ferraz, presidente da XYZ Live.

Para o presidente da Associação de Produtores Teatrais Independentes, o ator Odilon Wagner, que acompanhou a votação do estatuto no plenário do Senado, o que se pratica atualmente é um "preço falso". "Com esse acordo, teremos uma diminuição de 20% a 30% do valor dos ingressos no teatro."

Wagner dirige a peça "Como Ter Sexo a Vida Toda com a Mesma Pessoa", em cartaz com ingressos a R$ 40 às sextas e domingos.

O setor estima que 70% dos ingressos vendidos numa peça teatral sejam para estudantes -caso a venda seja limitada a 40%, o bilhete para "Como Ter Sexo..." poderia ser vendido a R$ 32,50, uma redução de 18,75%.

Outros eventos, no entanto, podem ter uma parte maior dos ingressos comprada por estudantes. Leo Ganem, presidente da GEO Eventos, que produz o festival Lollapalooza, afirma que cerca de 95% das pessoas que frequentam o festival compram a entrada pela metade do valor.

A garantia de que 60% pagariam inteira, frente aos atuais 5%, reduziria o valor de R$ 350 (preço do ingresso em 2013) para R$ 230, redução de 34%. A meia-entrada passaria de R$ 175 para R$ 115.

Estudantes que não conseguirem comprar na cota dos 40% teriam que pagar a inteira, desembolsando 31% a mais do que com a meia.

O teto de 40%, porém, não agradou a todos os produtores. "Evidentemente, o ideal seria que não houvesse obrigatoriedade de meia-entrada imposta a produtores privados", afirma o produtor teatral Paulo Pélico.

O ator Juca de Oliveira concorda: "Mesmo com a cota, a meia-entrada implica que aqueles que vivem do teatro multipliquem o preço".

CINEMA

Segundo a Federação Nacional de Empresas Exibidoras, no cinema, a estimativa é de que 60% dos ingressos vendidos sejam de estudantes. Em algumas cidades, como Salvador e Belém, o número chega a 80%.

Com base no valor da rede Cinemark em São Paulo, o ingresso que custaria R$ 23 (numa sessão de domingo à noite), passaria a custar R$ 17,25, uma redução de 25%.


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