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Ensaios examinam legado do filósofo John Searle

Ainda vivo, americano tem suas ideias debatidas em livro por 12 estudiosos

Intelectual trabalha em novo livro que pretende corrigir equívocos históricos oriundos dos primórdios da disciplina

MARCIO AQUILES DE SÃO PAULO

Como medir a importância de um filósofo? Certamente a publicação de um livro em que seu legado é exposto, analisado e problematizado garante mérito.

Mas e se o conjunto de suas teorias é tão importante que o volume é publicado enquanto o autor ainda vive?

Pois este é o caso de "A Filosofia da Linguagem de John Searle", lançado agora no Brasil pela editora Unesp.

Aos 81 anos, o pensador tem a síntese de seu trabalho --desenvolvido ao longo de mais de meio século-- examinado sob a ótica de 12 renomados acadêmicos e pesquisadores do ramo.

Laureado com prêmios diversos, autor e objeto de estudo em dezenas de livros, John Searle tem sua obra deslindada nesta publicação.

Em vez de simples homenagem e reverência, o volume contém ensaios que investigam sua obra, mas também artigos que combatem radicalmente suas premissas.

"A crítica é sempre benéfica, pois é útil saber o que outras pessoas pensam. Até mesmo quando não é inteligente ou profícua, sou grato, uma vez que mostra que meu trabalho está afetando outras pessoas", afirma Searle.

O próprio filósofo escreveu o prefácio da obra, no qual aborda alguns temas que perpassam sua pesquisa, como as funções da intencionalidade pré-linguística e o papel constitutivo da linguagem na construção da sociedade e das instituições sociais.

"A linguagem não é apenas um conjunto de símbolos formais, mas uma série de mecanismos pelos quais nós ativamente lidamos com a realidade", explica.

De acordo com o pensador, existem diversas espécies inteligentes, dotadas inclusive com consciência social, mas elas não têm estruturas como "governos, dinheiro, casamento, universidades e férias de verão", cita.

Isso porque formas mais complexas de organização não são possíveis sem a linguagem, que é o que nos diferencia dos outros animais.

"Não podemos compreender a ontologia humana se não vermos o papel da linguagem na constituição do ser social e da vida institucional", diz o filósofo.

ERRO ANTIGO

Em plena produção, Searle está finalizando um livro sobre a percepção, em que pretende corrigir um erro que persiste "desde os gregos".

"O equívoco é que supõe-se que tudo o que percebemos é o conteúdo da nossa própria mente, que não podemos ter acesso à percepção direta dos objetos e estados da natureza", sentencia. Haja ousadia intelectual.


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