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Crítica eletrônica

Convidados do disco injetam novas ideias para a música pop dançante

ALEX KIDD DE SÃO PAULO

Superar o "hype" de um disco que esteve cinco anos em produção e cercado de boatos e expectativa parecia ser o maior desafio para os franceses do Daft Punk.

Em "Random Access Memories", porém, os "robôs" lançam outra pergunta: como salvar a música pop dançante da atual falta de ideias?

O recado principal é dado logo no começo. "Give Life Back to Music" se apoia no suingue da guitarra do produtor Nile Rodgers (Chic, Madonna e David Bowie no currículo) e deixa claro que instrumentos de verdade podem conviver em harmonia com a música eletrônica.

"Lose Yourself to Dance" conta com John "JR" Robinson, o baterista de Michael Jackson em "Off the Wall", e o vocal de Pharell Williams ecoa o auge do rei do pop.

A pegada retrô muda no lado B. Orquestras, solos de bateria e sintetizadores descontrolados fazem oposição à estrutura clássica de verso e refrão. "Contact" tem tantas camadas, sons e ritmos misturados que é o tipo de experiência construída para se escutar em (bons) fones de ouvido.

"Doin' It Right" e "Motherboard" fazem as pazes com os fãs de "Human After All", disco de 2005. "Touch" possui orquestração, um coral infantil conduzido por androides e entraria facilmente em um musical na Broadway do ano 3000.

É um disco que tenta despertar sentimentos. Ouvir "Get Lucky" e não sair batendo os pés é quase impossível. Nas 13 canções, o duo está buscando resgatar o efeito de catarse que a música parece ter perdido.

Não deixa de ser irônico que a iniciativa venha de uma dupla que se veste com capacetes de robôs.


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