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De volta ao Brasil, Corona lidera revival do dance com novo disco

Cantora de 'The Rhythm of the Night', hino da era clubber nos anos 1990, quer voltar às pistas

Após 20 anos em Roma, ela mora hoje em SP, onde grava um álbum de 'pop-eletro-dance', previsto para este ano

SILAS MARTÍ DE SÃO PAULO

Quando Olga Maria de Souza, a Corona, lançou "The Rhythm of the Night" há 20 anos, também estabeleceu a receita básica -e mais copiada- para a música de balada, ou melhor, de danceteria.

Era uma combinação de batidas fortes, vocais femininos e refrões muito simples. É desses versos turbinados que Corona, agora vivendo no Brasil depois de passar duas décadas na Itália, sente falta e pretende resgatar num novo álbum que está gravando.

"Todo mundo ia para a pista dançar, mas também para cantar", diz Corona, 44, em entrevista à Folha. "A música dance era mais melódica até que, com a house, parou geral. Eram só sons eletrônicos e ninguém cantava mais."

Mas, agora, canta de novo. Corona voltou ao país e quer comandar mais uma vez as pistas de dança num momento de pleno revival do gênero que começou como eurodance e depois ganhou o mundo como a batida das discotecas.

Seja em canções inspiradas na era de ouro (nos anos 1990) desse tipo de música, como "A Little Party Never Killed Nobody", nova faixa de Fergie, seja em fósseis da época ressuscitados e sampleados por DJs, o ritmo da noite está de volta às pistas.

"Tenho notado o retorno dos clássicos (bons e ruins) às pistas", diz Daniel Guarda, DJ que toca na festa Videodrome, em São Paulo. "Está rolando esse revival. Vejo produtores hoje usando isso como referência. Da mesma forma que o eletro voltou com tudo, pode ser a vez da dance music."

Mesmo "The Rhythm of the Night", um dos "hinos do início da era clubber", na opinião do DJ Leandro Pardí, já contabiliza 52 versões. E volta agora revisitado em músicas ao mesmo tempo vápidas e irresistíveis no novo álbum de Corona, com singles sugestivos como "Queen of Town" e "Fantastic Planet".

"FENÔMENO CORONA"

"Acompanhei o fenômeno Corona na minha adolescência. Era hipnotizado pela figura dela", lembra Rodrigo Bento, DJ que comanda a festa Pilantragi e tem uma noite no D-Edge, ambos em São Paulo.

"Dance music era todos os gêneros juntos com uma roupagem popular. Agora isso está voltando. Não tem mais trance, hip-hop, house. Tudo é pop. O que vende é pop."

De tão turbinadas pela essência dance, aliás, faixas que tocam no rádio já chegam às pintas de dança sem passar pela metamorfose dos DJs.

"Dá para admitir que o dance está transformando o cenário da música pop atual", diz o DJ Daniel Morais. "Enquanto artistas pop como Will.I.Am e Rihanna trouxeram o eletrônico para suas músicas, o dance ressurgiu como um desses artifícios."

Daniel Peixoto, DJ e vocalista da banda Montage, não vê muita mudança no que era o dance e no que o gênero se transformou hoje nas pistas, mas vê nesse retorno um catalisador de outros movimentos, como o tecnobrega.

"Essa música continua enlatada e descartável", diz Peixoto. "Mas quando tem força, como a Corona, vira um clássico. O tecnobrega é nosso dance music genuíno."

Corona concorda. "Se você coloca uma roupagem nova no 'Fuscão Preto', todos vão querer dançar", diz a cantora, sobre o hit e seu poder de sedução. E promete provocar o mesmo desejo em quem ouvir suas novas canções. "Estou fazendo um pop-eletro-dance", diz Corona. "É uma música para dançar e se divertir muito."


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