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Crítica - Pop

Bebel Gilberto imprime estilo pessoal a repertório eclético

Show gravado em praia carioca contempla compositores de várias gerações

O REPERTÓRIO DE CANÇÕES SOLARES GANHA ARRANJOS QUE PASSAM POR UM FILTRO DE POP, CHILL OUT E BOSSA NOVA

THALES DE MENEZES EDITOR-ASSISTENTE DA "ILUSTRADA"

Nos anos 1990, uma leva de cantoras brasileiras ganhou o rótulo de "ecléticas", porque misturavam gêneros sem pudor, indo do samba ao punk rock. A classificação caiu em desuso, mas o novo projeto de Bebel Gilberto poderia ressuscitá-la.

"Bebel Gilberto in Rio", em CD e DVD, é uma empreitada eclética, com o que isso tem de mais positivo.

Costuradas por uma das vozes brasileiras mais ouvidas fora do país, as canções ganham uma trama comum, mesmo quando abraçam autorias díspares como Vinicius de Moraes e Duran Duran.

O projeto registra um show que Bebel apresentou em 5 de dezembro do ano passado no Arpoador. Talvez para afirmar certa "brasilidade" em sua carreira internacional, o repertório contempla uma maioria de músicas que se referem ao Rio, samba e sol.

O repertório dessas canções solares ganha arranjos descolados que passam por um filtro de pop, chill out e bossa nova.

Cantando cada vez melhor e encontrando uma espécie de zona de conforto no palco, Bebel criou definitivamente um estilo bem particular, resultado dessa combinação de gêneros.

Nas faixas autorais, seus parceiros são nomes conhecidos do rock nacional, como Cazuza, Dé ou Dinho Ouro Preto, ou amigos gringos, em algumas faixas em inglês. Nascida em Nova York e morando há 22 anos fora do Brasil, mostra um inglês impecável e de entonação charmosa.

No repertório de outros compositores, de novo é possível falar em ecletismo. Bebel transita por gerações.

"Aganjú", música de Carlinhos Brown, é um dos destaques do show. O mesmo pode ser dito de "Tranquilo", de Kassin, apresentada em versão bem diferente da que ela gravou no álbum "Momento", lançado em 2007.

Há covers de ídolos pop com resultados desiguais. "Rio", do grupo inglês new wave Duran Duran, soa frouxa, mas "Sun Is Shining", de Bob Marley, aparece em uma versão com personalidade.

Bebel canta "Samba de Bênção", de Vinicius e Baden Powell, "Bananeira", de João Donato e Gilberto Gil, e "So Nice", ou "Samba de Verão", de Marcos e Paulo Sérgio Valle e Norman Gimble.

São músicas com releituras já conhecidas de seus álbuns de estúdio, com pegada dançante que funciona bem.

As participações especiais também refletem diversidade. No show, o mineiro Flávio Renegado representa o novo hip-hop em "Na Palma da Mão". Em um extra que vem no CD e no DVD, Bebel canta "Samba e Amor" em dueto com o próprio autor, seu tio Chico Buarque.

Esse registro, em interpretação contida, traz o melhor desempenho da cantora. Mas Bebel, definitivamente, se dá bem em várias praias.


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