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Música
Edi Rock lança disco com 41 convidados
Álbum do integrante dos Racionais MC's tem nomes ligados ao rap, além de Seu Jorge, Falcão e Marina De La Riva
Trabalho levou seis anos para ficar pronto e será lançado em vinil com blues e samba que ficaram de fora do CD
Mesmo com todo o reconhecimento conquistado em 25 anos de carreira ao lado do maior grupo de rap do país, Edivaldo Pereira Alves diz ter um dia a dia de sofredor.
"Se você não correr, morre, é quente'. Você tem que trabalhar, todo dia inventar uma nova forma de sobreviver na selva de pedra."
Aos 42 anos, conhecido como Edi Rock, ele anuncia a volta aos estúdios com seu grupo, Racionais MC's, para 2014. Antes disso, lança seu álbum solo, "Contra Nós Ninguém Será", e vê o rap passar por uma evolução natural.
"O público imaginou que o rap tinha morrido, mas ele estava se refazendo, agora está voltando com uma evolução, mais musical, com uma visão empresarial, uma visão profissional", diz o rapper.
Edi Rock não apenas admira nomes de gerações posteriores à sua, como convidou alguns para participar de seu disco. No grupo estão Emicida (em "Cava Cava"), Flora Matos e Rael (em "Eu Canto Uq Soul") e Criolo (que teve a sua "Lion Man" sampleada).
"Sou fã de toda essa geração, Emicida, Criolo, Rashid, Projota, Rael, Ogi, Flora Matos, Rapadura, aplaudo de pé. Eu digo que eles são nossos filhos, a evolução do hip-hop, estão dando um show de profissionalismo", diz Edi Rock.
DIVERSIDADE
O novo disco do integrante dos Racionais não tem participações apenas de figuras ligadas ao rap.
A lista com mais de 40 participantes conta com Seu Jorge ("That's My Way"), Alexandre Carlo, do Natiruts, Falcão, d'O Rappa ("Abrem-se os Caminhos"), Marina De La Riva (em "Voltarei Para Você"), entre outros.
Na linha do rap, Edi Rock contou com o apoio de nomes como Don Pixote, Dexter, Ndee Naldinho e DJ Cia. Os parceiros de Racionais, Mano Brown, Ice Blue e KL Jay, aparecem em "Homem Invisível" e "Tá na Chuva", respectivamente. Helião ("Selva de Pedra") e Sandrão ("Você Não Pode se Enganar") representam o extinto RZO.
"Não quis fazer Edi Rock e Convidados'. Chamei vozes diferentes para não ficar enjoativo. Eu mesmo não aguento ficar ouvindo minha voz o tempo inteiro", diz Edi Rock.
O disco, que levou seis anos para ficar pronto, será lançado também em vinil e terá duas faixas que ficaram de fora do CD: um blues e um samba gravado com o Quinteto em Branco e Preto.
PARTIDÁRIO DO RAP
Edi Rock também rebateu as críticas feitas por Lobão aos Racionais. Recentemente, o cantor chamou o grupo de "braço armado do governo", em seu livro "Manifesto do Nada na Terra do Nunca".
"A gente não é braço armado de ninguém, a não ser de nós mesmos. Nosso partido político é o rap", diz Edi Rock.
"O PT já é outra fita'. A gente admirava o Lula pela trajetória que teve, saiu do nada e se transformou em presidente. É tipo olhar para Obama, Malcolm X, Martin Luther King, é uma referência, mas longe de a gente ser braço armado de partido político."