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Sede do MAM é tema do Panorama da Arte

33ª edição, em outubro, exibirá 32 propostas de artistas e arquitetos para o Museu de Arte Moderna de São Paulo

Projetos incluem ideia da volta do museu a um espaço no centro e a construção de corredor suspenso no Ibirapuera

FABIO CYPRIANO CRÍTICO DA FOLHA

Num futuro não muito distante, o MAM (Museu de Arte Moderna de São Paulo) pode vir a deixar de usar o espaço improvisado da marquise para ocupar outras áreas do parque Ibirapuera ou voltar ao centro da cidade, próximo à sua primeira sede.

Se continuar no Ibirapuera, o MAM poderá se transformar em um corredor suspenso, formado por um quadrado com três quilômetros de extensão sobre o parque.

Esse é o projeto do escritório de arquitetura SPBR, dirigido por Angelo Bucci, um dos sete selecionados para a 33ª edição do Panorama da Arte Brasileiro, organizado por Lisette Lagnado com o título "P33: Formas Únicas da Continuidade do Espaço" --uma referência à obra homônima de Umberto Boccioni (1882- 1916), que pertenceu ao MAM e hoje é do MAC.

"Achei importante partir de uma questão, e ela passou a ser se o MAM deveria ou não ter uma nova sede", diz Lagnado. "No caso do projeto do SPBR, a opção foi permanecer no parque, mas sem alterar sua configuração no solo, criando um museu suspenso", afirma a curadora.

Ela selecionou 32 artistas e arquitetos para participarem da mostra, programada para ser aberta em 5/10.

Para Bucci, que criou o projeto da SPBR, no novo museu "o acervo permanente será Oscar Niemeyer e Burle Marx", referindo-se à visibilidade que os edifícios e os jardins do parque teriam em razão de sua posição.

Já o escritório Grupo SP propõe o retorno ao centro de São Paulo, projeto denominado "MAM difuso". "O que eles apresentam é uma espécie de Inhotim urbano, onde os pavilhões seriam vários espaços próximos ao endereço original do museu, na rua Sete de Abril", conta Lagnado.

Um desses espaços é a galeria Nova Barão, próxima ao Theatro Municipal, onde a curadora vai instalar uma obra da francesa Dominique Gonzalez-Foerster, criada para o Panorama.

A artista pretende instalar ali uma interpretação de um posto de salvamento da orla carioca, criado pelo arquiteto Sergio Bernardes, em 1976.

"É uma típica obra da Dominique, que cria um deslocamento, afinal o posto foi criado para estar próximo ao mar e nós não temos praia", afirma Lagnado.

Além das novas propostas, o Panorama irá exibir projetos de museus modernos, a começar do espaço do MAM."É uma maneira de pensar a modernidade no Brasil e sua efetividade",diz.

LINA

Para tanto, Lagnado vai recuperar o projeto original do MAM, de Lina Bo Bardi, alocado embaixo da marquise do Ibirapuera, em 1959, como pavilhão temporário para a mostra "Bahia", que em 1968 tornou-se sede do museu.

Segundo esse projeto, o museu não teria paredes em seu espaço interno, assim como deveria ser no MASP, e a entrada ficaria de frente para o pavilhão da Bienal.

É nas paredes laterais, originalmente azuis, que a curadora vai expor projetos históricos, como de Affonso Reidy para o MAM carioca e o de Lina para o MAM da Bahia.

Oscar Niemeyer foi também incorporado para um projeto para o MAM paulista, de 1996, dentro de um novo plano diretor elaborado para o parque Ibirapuera.

O Panorama foi criado, em 1969, para ajudar a instituição a criar um acervo.

Hoje, com 5.000 trabalhos na reserva técnica, já que o museu não tem espaço para expor suas obras de forma permanente, o Panorama aponta para saídas criativas para exibir sua coleção.


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