Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ilustrada

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Crítica - Ciência

Livro ajuda a entender boom de informações

Jornalista americano James Gleick mostra como teoria de pesquisador acelerou a revolução das telecomunicações

RAFAEL GARCIA DE SÃO PAULO

Qualquer um que já tenha ouvido falar da "Teoria do Caos" e do "efeito Borboleta" --ou que possua a imagem de um belo "fractal" na tela de fundo de seu computador-- deve esses elementos de repertório nerd/pop ao sucesso de James Gleick.

Mesmo quem nunca leu seu best-seller "Caos", de 1987, provavelmente já absorveu esses conceitos por tabela num filme de ficção científica, num artigo de revista ou numa conversa de bar. Agora, 25 anos depois, o jornalista americano investiga outra ideia: a teoria da informação.

O estudo de sistemas caóticos teve um boom na década de 1980 porque cultivava ideias matemáticas aplicáveis a quase qualquer fenômeno com muitos elementos dinâmicos. O mercado financeiro, um formigueiro ou o clima da Terra, por exemplo. Mesmo não sendo uma disciplina acadêmica, o conceito acabou se revelando uma ferramenta universal.

O novo livro de Gleick, "A Informação", é sobre uma ideia científica que não está diretamente relacionada ao caos, mas teve história semelhante.

Poucos leigos saberiam dizer o que é a teoria da informação, mas todos pelo menos ouviram falar de seu elemento central: o bit, que é a unidade básica de informação armazenada num computador. Diferentes combinações de bits representam letras, números, imagens etc.

A ideia do bit, porém, é anterior à computação e precede até mesmo a criação do termo. Em "A Informação", Gleick conta a história de como matemáticos, engenheiros e outros manipuladores de informação foram amadurecendo a ideia inconscientemente ao longo de séculos até um momento de clímax, em 1948.

O ponto de virada da história é protagonizado por Claude Shannon, então funcionário dos Laboratórios Bell, braço científico da empresa de telefonia AT&T. Em sua "Teoria Matemática da Comunicação", ele concebeu os elementos abstratos que permitiram acelerar a revolução das telecomunicações e da informática.

A ideia de Shannon foi muito além das aplicações tecnológicas, e sua teoria é usada hoje para explicar o funcionamento do DNA e físicos também tentam entender as partículas elementares como agrupamentos de informações.

O fio condutor do livro de Gleick é a maneira com que as ideias de Shannon afetaram o mundo, hoje. Sua teoria é aquilo que acelerou as tecnologias causadoras da "inundação" de informação na qual vivemos hoje, da Wikipédia às redes sociais.

"A coisa assustadora de escrever um livro sobre informação era que ele teria de ser praticamente sobre tudo", disse Gleick em entrevista à Folha. "A tese do meu livro é a de que a informação é um conceito essencial a tudo aquilo que nós humanos apreciamos, dentro e fora da ciência."


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página