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TV paga encara dublagem como recurso para cativar a classe C

Estratégia de canais inclui tradução mais acessível, com expressões originais simplificadas

Programadores dizem que público AB também prefere versão dublada, 'para dividir a atenção entre a TV e o tablet'

DE SÃO PAULO

Pioneira em adotar a versão dublada de séries e filmes estrangeiros como padrão, a Fox lançou mão desse recurso como forma de "cativar o público da classe C", diz a diretora de programação dos canais Fox, Cláudia Clauhs.

A tendência de crescimento espontâneo da classe C foi percebida pela Fox em 2007, segundo Clauhs. Esse crescimento engrossou a base de assinantes da TV paga.

O número de assinantes dessa modalidade no Brasil saltou de 5,3 milhões em 2007 para 16,2 milhões em 2012.

A estratégia da Fox para mimar o novo público inclui "identificar os programas que têm mais apelo junto à classe C e tornar sua linguagem mais acessível, usando termos mais fáceis, mas sendo fiel ao original", diz Clauhs.

Na opinião dela, assinantes da classe AB também passaram a optar pela versão dublada porque não querem ficar com a atenção concentrada na tela da TV. Preferem ter os olhos livres para passear ao mesmo tempo pelo tablet.

O Universal aderiu à tendência de dublar conteúdo estrangeiro na TV paga e oferece, desde segunda-feira passada, a versão com aúdio em português para séries estreantes ("Bates Motel") e para algumas já em curso, como "House". É o começo de um projeto que prevê dublar toda a grade da programação.

Para Paulo Barata, CEO da NBCUniversal Networks International Brasil, a ascensão da classe C não explica a onda. "O movimento é explicado pela expansão geral da base de assinantes."

A percepção de que o Universal apostou na dublagem como ferramenta para recuperar posições no ranking de audiência é incorreta, segundo ele. "Na TV, a gente se programa a longo prazo."

Barata afirma que o plano de dublar a grade do Universal começou a ser traçado em 2009, com o objetivo de "atender ao máximo possível de audiência". Ou seja, seria uma tática de ampliação, não de recuperação de terreno.

Para o executivo, "na TV por assinatura a audiência é tão diluída e flutuante" que o aumento da base de assinantes não significa uma mudança no perfil de audiência de determinados canais.

Contar com a versão dublada de filmes e séries exige dos canais um investimento "entre três e quatro vezes maior que o da legendagem", diz Barata, sem revelar números.

Aquecido pelo aumento da demanda, o mercado trabalha com valores fixos para dubladores: R$ 89,35 a hora para elenco de apoio, com acréscimo de 5% nesse valor para um papel coadjuvante, e de 10% para o protagonista.

A dublagem de um episódio de meia hora exige, em média, seis horas de estúdio. Há ainda custos com tradução, direção e laboratório na composição final da conta.

Para exercer a dublagem no Brasil, é preciso ser ator --uma espécie de ator que em geral acha graça de seu próprio anonimato e ri à toa. "Você recebe pelo que faz se divertindo!", diz Tatiane Keplmair, 32, a Hannah Montana.


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