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Copa de literatura leva romances do país aos 'gramados'

Campeonato promove duelos 'futebolísticos' entre 16 livros de escritores como Daniel Galera e Luiz Ruffato

Em sua quinta edição, torneio realizado pela internet vai incluir mesa redonda para debater jogos literários

CASSIANO ELEK MACHADO DE SÃO PAULO

Será literalmente, ou ao menos literariamente, o campeonato mais importante dos últimos anos.

Com pontapé inicial marcado para 13 de agosto e uma tabela que inclui mais de 20 partidas está de volta aos gramados da internet a Copa de Literatura Brasileira.

Competição criada em 2007 pelo economista Lucas Murtinho, o torneio literário chega à quinta edição, depois de dois anos sem jogos.

Desta vez estão em disputa 16 romances, publicados em 2011 e 2012. Tal como num campeonato esportivo, os livros "jogam" uns contra os outros, e o vencedor avança, até que saia o campeão.

Ganha cada partida o romance que for considerado mais qualificado pelo crítico designado para apitar os jogos.

O juiz explica, em resenhas publicadas no site do torneio, www.copadeliteratura.com.br, os motivos da vitória, valendo-se das quase infinitas metáforas futebolísticas.

O corpo de jurados, responsável pela escolha dos romances em disputa, é composto por 23 juízes entre escritores, professores de universidades de diversos Estados e blogueiros.

Entre eles estão o criador da Copa, Murtinho, e os dois outros integrantes da comissão organizadora deste ano, a jornalista e editora Lu Thomé e o crítico e tradutor Raphael Dyxklay.

Thomé também foi a organizadora, em parceria com o editor Rodrigo Rosp (que dirige duas pequenas e boas editoras de Porto Alegre, a Não Editora e a Dublinense), de um campeonato regional de literatura (o equivalente aos Estaduais de futebol).

O Gauchão de Literatura teve duas edições, em 2010 e em 2011, que terminou com vitória do livro "Anjo das Ondas", do premiado escritor gaúcho João Gilberto Noll.

Outro romance do escritor, "Solidão Continental", participa da Copa de Literatura Brasileira deste ano. O livro enfrenta na primeira rodada (jogo duro) a obra "O Céu dos Suicidas", escrita pelo campeão da quarta edição do torneio nacional, Ricardo Lísias.

BOLA CHEIA

O romance de Lísias "Livro dos Mandarins" protagonizou uma das maiores goleadas da história da Copa, ao bater por 13 a 2 "O Filho da Mãe", de Bernardo Carvalho.

Números tão expressivos de gols só se vê nas finais. Se nas primeiras fases os livros são julgados por um só crítico, no estilo "mata-mata", na final votam todos.

O campeão não recebe nem troféu nem dinheiro. "Só ganha o direito de bater no peito e dizer que é copeiro", brinca Murtinho.

Ele anuncia algumas novidades para a edição deste ano. "Haverá rodadas extras, uma de repescagem e outra chamada zombie round', para permitir nova chance aos livros que perderam na primeira fase."

O torneio também passa a contar com "mesas redondas" para comentar os jogos, com posts produzidos pelo site literário Posfácio (www.posfacio.com.br).

As novas atrações foram inspiradas no campeonato Tournament of Books, realizado na Inglaterra e "fonte" da Copa.

Tal como na disputa britânica, o evento brasileiro conta este ano com alguns jurados internacionais. São eles o dinamarquês radicado no Brasil Karl Erik Schøllhammer, professor de literatura na PUC do Rio de Janeiro e autor de livros como "Ficção Contemporânea Brasileira" (ed. Record), e o escritor mexicano Juan Pablo Villalobos.

Autor do premiado romance "Festa no Covil" (Companhia das Letras), Villalobos, que atualmente vive em Campinas (SP), celebra o formato do campeonato: "Combina minhas duas grandes paixões, o futebol e a literatura".

"Gosto da ideia de exercer uma crítica literária com critérios futebolísticos, o que pretendo levar até as últimas consequências", brinca o escritor, atração da recente edição da Flip.

"A ideia de que tenha de haver um ganhador, de que os jogos sejam disputados com muita raça, que haja polêmica, injustiças e roubos, tudo isso é maravilhoso", completa o juiz Villalobos.


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