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Crítica MPB Passo Torto junta quatro artistas da nova geração em um dos discos do ano MARCUS PRETODE SÃO PAULO Em entrevista à Folha em junho, o cantor e compositor Romulo Fróes comentou que sua geração, esta que faz música desde os anos 2000, era "especialmente ligada ao processo de gravação". Ao som. E que, de agora em diante, o desafio seria "criar um conjunto de canções que tenham a mesma força que esse som". Tinham a forma; faltava a eles o conteúdo, o discurso. Possibilidades de discurso é o que ele e os colegas Rodrigo Campos, Kiko Dinucci e Marcelo Cabral desenvolvem em "Passo Torto", primeiro disco do quarteto homônimo. Como a maior parte das letras é de Rodrigo, autor do ótimo "São Mateus Não É um Lugar Assim Tão Longe" (2009), a crônica da periferia predomina. E há faixas de grande beleza nessa seara. Mas há também letras menos narrativas, parecidas com as que Fróes vem criando em trabalhos solo com seus parceiros, os artistas plásticos Nuno Ramos e Clima. É o discurso da imagem. Cabral (coprodutor do álbum de Criolo) e Dinucci (de outros bons coletivos, como Metá Metá e Padê) contribuem mais com a música do que com as palavras. As melodias e levadas que Kiko constrói remetem a Itamar Assumpção ("A Música da Mulher Morta") e aos afro-sambas de Baden Powell ("Faria Lima pra Cá"). E além. Trabalho acústico, apoia-se apenas nas três vozes (só Cabral não canta) e nos muitos violões, baixos, cavaquinhos e bandolins que tocam. Vai, sem dúvida, para a lista dos dez melhores trabalhos brasileiros deste ano. Para quem se interessar em vê-los ao vivo, o quarteto faz show na sexta na Casa de Francisca (r. José Maria Lisboa, 190, Jardim Paulista; tel. 0/xx/11/3052-0547). Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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