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Cia. Nova mostra no Bom Retiro duas visões sobre crise mundial

'Krísis' e 'Caminos Invisibles' ganham viés político com protestos

GABRIELA MELLÃO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O vazio criativo como fonte da própria inspiração. A crise vivida pelos artistas Lenerson Polonini e Carina Casuscelli virou o tema de "Krísis", peça que abriu nesta semana a ocupação da Cia. Nova de Teatro no Sesc Bom Retiro.

"Surgiu num momento difícil. Não sabíamos sobre o que falar num próximo projeto nem tínhamos perspectiva de apoio financeiro", diz o diretor Polonini.

O tema eleito pelo coletivo fundado há 12 anos ficou mais saboroso ao se mostrar sintonizado com a crise mundial e as manifestações em vários países, alimentando o espetáculo e dando-lhe viés político.

Carina Casuscelli e Eduardo Brito, autores da obra, revisitam a tragédia grega para apontar a contemporânea. Heróis trágicos (Paulo César Pereio, Elke Maravilha e outros) revelam fraquezas da humanidade de hoje. Cassandra sintetiza a mulher vitimada por violência e preconceito.

Creonte surge para exaltar a sede por poder. "Simboliza os governantes que não ouvem a voz do povo", diz Polonini, que se inspira no caos contemporâneo para compor a linguagem de cena. "O espetáculo começa estruturado e vai-se desfazendo, numa espécie de crise estética."

Imagens de catástrofes projetadas em painéis compõem a cenografia digital de "Krísis". São expressões do descontentamento de Zeus com o homem, reveladas verbalmente: "Cansei dos humanos. Eles se fazem de vítimas e fazem suas próprias vítimas com toda crueldade possível", desabafa o personagem.

"Krísis" compõe um panorama da crise com "Caminos Invisibles... La Partida". Criação de 2011 do grupo, a peça de caráter documental discute temas como imigração ilegal e mão de obra escrava nas metrópoles tendo como base pesquisa realizada com comunidades bolivianas e colombianas no país.


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