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'Os Mambo Kings' aprendem a falar português

Sai edição brasileira da obra de Hijuelos, que rompeu cerco à literatura latina nos EUA

SYLVIA COLOMBO DE BUENOS AIRES

Se hoje autores latino-americanos como o dominicano Junot Díaz ou o chileno Roberto Bolaño (1953-2003) têm seguidores de suas obras e chegam a inspirar a nova produção nos EUA, não foi uma obra do acaso.

Autores provenientes do lado de baixo da fronteira que separa os EUA do resto da América Latina praticamente não tinham projeção no país e penavam muito para serem traduzidos.

Isso começou a mudar no fim dos anos 1980 e princípios de 1990, e um dos responsáveis foi Oscar Hijuelos, um cubano-americano radicado em Nova York.

Naquele ano, ele foi o primeiro artista de origem hispânica a ganhar o prêmio Pullitzer, com o livro "Os Mambo Kings Tocam Canções de Amor", lançado agora no Brasil pela Livros de Safra.

"Creio que criei uma atmosfera que fez com que fossem possíveis os surgimentos desses autores", disse Hijuelos, em entrevista à Folha.

"Ainda assim, considero uma produção de gueto, que aos poucos vai lançando nomes mais expressivos no mercado dos EUA", completa.

O romance conta a história de dois irmãos, Cesar e Nestor Castillo, que se mudam de Havana para Nova York no começo dos anos 50. Ambos formam uma orquestra e passam a enfrentar as dificuldades da comunidade de imigrantes cubanos nos EUA.

"É um livro sobre os sentimentos de inadequação, de sentimentos conflitivos, de dar-se conta de um mundo que não tem uma direção clara e onde é preciso situar-se, como imigrante e como artista", afirma.

O livro enfrentou algumas polêmicas na época em que foi lançado porque alguns participantes de orquestras cubanas baseadas em Nova York sentiram suas histórias sendo usadas indevidamente para formar o enredo do livro. Hijuelos enfrentou dois processos e hoje defende-se. "Estou convencido de que fui acusado porque as pessoas se convenceram de que eu tinha ganhado dinheiro com isso", diz.

A obra desdobrou-se no cinema, dando origem ao filme "The Mambo Kings" (1992), que contava com a participação de grandes músicos cubanos, como Tito Puente e Celia Cruz. Revelou, entre outros, o ator Antonio Banderas, que depois se celebrizaria nos filmes do espanhol Pedro Almodóvar.


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