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Mostra no Rio inclui seleção do público

A pedido de visitantes, exposição que reúne visões da cidade será reaberta no dia 6 com imagens da escravidão

Com 400 obras, 'imaginaRio' dá um panorama dos diferentes olhares sobre capital fluminense

MARA GAMA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Quando reabrir, no próximo dia 6, no Museu de Arte do Rio (MAR), a exposição de 400 obras sobre a paisagem carioca com cartografia, pintura, gravura, desenho, fotografia, vídeo, instalações e escultura terá virado "imagina Rio", incorporado a participação do público e feito um rodízio de trabalhos.

A mostra foi inaugurada em março como "Rio de Imagens", reunindo peças de mais de 70 coleções, proporcionando visões panorâmicas de uma cidade exuberante e pouco povoada na comparação com a atual.

Desfilavam pelas paredes as visões de artistas como Marc Ferrez, Castagneto, Goeldi, Guignard, Iberê Camargo, Ismael Nery, Émile Gallé, Lívio Abramo, Lasar Segall, Milton Dacosta, Burle Marx, Claudia Jaguaribe, Caio Reisewitz e Carlito Carvalhosa, entre tantos outros.

Ainda no segundo semestre, a mostra deve incorporar obras escolhidas pelo público. "Durante as visitas, ouvimos que não havia imagens da escravidão. Decidimos pesquisar e oferecer opções para que as pessoas decidam", conta o crítico de arte e curador Paulo Herkenhoff, diretor do museu.

"Queremos um museu poroso em relação às iniciativas da sociedade, o que não significa que ela irá conduzir os processos da instituição."

Em outro exemplo de porosidade, uma nova ala dedicada ao Cristo Redentor foi inaugurada em julho, a tempo da Jornada Mundial da Juventude: são vitrines com objetos como chaveiros ou guarda-chuvas, fotos de Custódio Coimbra, uma obra de Cildo Meireles e uma instalação de Rosângela Rennó.

Também serão integrados à mostra documentos, registros e um mapa do Complexo da Maré (bairro da zona norte do Rio), feito há dois anos --o primeiro com os nomes das ruas e os CEPs.

200 MIL

De acordo com Herkenhoff, a prorrogação da mostra até 2014 e sua ampliação se impuseram pelo sucesso do museu. "Esperávamos 120 mil pessoas até dezembro. No fim de semana de 20 e 21 de julho, chegamos à marca de 200 mil", diz.

Para que fosse possível prolongar a exposição, foi montado um esquema de rodízio: trabalhos mais antigos e delicados, que não suportam longos períodos à mostra, como desenhos e outras obras em papel, serão substituídos.

Na lista das inclusões de agosto estão algumas pranchas do álbum "Viagens Pitorescas através do Brasil", de Johann Moritz Rugendas (1802-1858), e óleos de Rosalbino Santoro (1858-1920).

A integração de novas peças não altera o objetivo inicial da mostra, curada pelo escritor e historiador da arte Rafael Cardoso com o professor Carlos Martins.

"Logo após a inauguração, a reação das pessoas era de surpresa e encantamento [...] Era isso que queríamos: que as pessoas redescobrissem o Rio e vissem a cidade com novos olhos", afirma Cardoso. "Quisemos criar uma exposição que mostrasse como a cidade é construída pela imaginação, o quanto a paisagem é constituída historicamente pelo olhar das pessoas e, portanto, o quanto temos o poder de transformá-la."

Colocando na prática o objetivo educativo do museu, Herkenhoff conduz visitas de grupos de crianças e jovens, discutindo obras e, sobretudo, ouvindo.

"E quando alguém diz que não gostou, vamos atrás e reapresentamos o projeto, para ver o resultado", diz o diretor. Ele espera levar 200 mil crianças ou adolescentes por ano ao museu a partir de 2014. "Costumo dizer que o MAR é um museu local e suburbano. E isso é ótimo."


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