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'Aida' estreia no Municipal sem extravagâncias cênicas famosas

Montagem recebe cenários menos explícitos e figurinos estilizados

JOÃO BATISTA NATALI COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O Theatro Municipal de São Paulo estreia hoje "Aida", de Giuseppe Verdi (1813-1901), com uma temporada relativamente longa --dez récitas, até o dia 25--, o que é compatível com a imensa popularidade dessa ópera. A regência é de John Neschling, e a direção cênica, de Marco Gandini.

Em razão da origem geográfica de seu enredo, "Aida" estreou no Egito, em 1871. A primeira produção brasileira, no Rio, em 1886, entrou para a história do teatro lírico, porque foi nela que Arturo Toscanini atuou pela primeira vez como maestro.

A história é uma das mais comoventes do romantismo italiano. Os egípcios capturam e escravizam uma princesa etíope chamada Aida. Radamés, chefe do Exército do faraó, apaixona-se pela prisioneira, a quem prefere em lugar da princesa egípcia Amneris, a cujo intenso amor ele não corresponde.

Julgado por traição, Radamés é enterrado vivo no subterrâneo de um templo. Estamos no quarto e último ato. Mas eis que Aida, prevendo a pena de morte como desfecho, antecipa-se e, para surpresa de Radamés, esconde-se no mesmo sepulcro. Ambos poderão morrer juntos.

O maestro Neschling diz haver um histórico de folclorização ou de extravagâncias nas montagens de "Aida". "Muita gente espera que o palco seja ocupado por elefantes", como chegou a ocorrer no passado. Ou então o caso de recente produção alemã, em que a heroína é reduzida ao papel de enfermeira de um hospital, e Aida, a uma paciente ferida.

No Municipal, cenários e figurinos colocam Aida e Radamés de volta ao Egito. Mas com um cenário bem menos explícito, um bom jogo de iluminação e figurinos simplesmente estilizados para evocar os tempos dos faraós.

Neschling também diz que o público sempre espera uma grandiosidade cênica --paradas com centenas de soldados-- que, em menor escala, existe apenas no segundo ato, em que estarão presentes o Coral Lírico e o Balé da Cidade de São Paulo. Serão ao todo 276 músicos, bailarinos e atores.

Nos dois atos seguintes, a ação se converte ao intimismo. "Como se fosse uma ópera de câmera."

Para o maestro, "Aida" não traz apenas uma história de amor. "É um retrato do caráter do ser humano", com suas grandes qualidades e defeitos detestáveis. "O amor é quase uma desculpa para se falar de tudo isso."

Ele discorre, por fim, sobre as dificuldades para montar essa ópera, em razão da diversidade do elenco. Por se tratar de papéis muito exigentes e pela quantidade de récitas, em cada papel se revezarão dois cantores, com a exceção do papel-título, apenas da soprano italiana Maria Billeri.

Como Radamés, estarão Gregory Kunde e Stuart Neill; Amneris será cantada por Tuija Knihtlä e Laura Brioli; Amonasro, o rei etíope, trará Anthony Michaels-Moore e Rodrigo Esteves; o grão-sacerdote Ramphis terá Luiz Ottavio Faria e Carlos Eduardo Marcos, e, por fim, o Faraó será Carlos Eduardo Marcos e Lukas D'Oro.


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