Grupo Record recebe os principais prêmios do Jabuti

Um ano após anunciar que não participaria mais do Jabuti, o grupo editorial Record foi o principal vencedor da 53ª edição do prêmio literário, cuja cerimônia de entrega aconteceu na noite de anteontem, na Sala São Paulo.

"Em Alguma Parte Alguma", do poeta e colunista da Folha Ferreira Gullar, foi eleito o livro do ano de ficção. Foi lançado pela José Olympio, que pertence à Record.

O outro prêmio importante, livro do ano de não ficção, foi para "1822" (Nova Fronteira, do Grupo Ediouro), de Laurentino Gomes.

Na fase anterior do Jabuti, o grupo Record já havia conquistado outros dos principais prêmios: "Ribamar" (Bertrand Brasil), de José Castello, foi eleito o melhor romance; "Desgracida" (Record), de Dalton Trevisan, melhor em contos e crônica; e Gullar, melhor poesia.

VAIVÉM

No final do ano passado, a Record questionou o resultado do prêmio. A polêmica começou quando "Leite Derramado" (Companhia das Letras), de Chico Buarque, foi eleito o livro do ano de ficção, apesar de ter ficado em segundo lugar na categoria romance -vencida por "Se Eu Fechar os Olhos Agora" (Record), de Edney Silvestre.

Por conta do protesto da Record, a organização do Jabuti anunciou em março que apenas o primeiro colocado de cada categoria poderia concorrer à premiação de livro do ano.

Para José Luiz Goldfarb, curador do Jabuti, a vitória da editora nesta edição não passa de coincidência. "Não há uma lógica perversa. O processo é transparente. A Record tinha uma safra boa. Todo ano acontece de uma editora ser a felizarda. Tem ano que é a Cosac, muitas vezes é a Companhia das Letras."

As novas regras da premiação também previam que os segundo e terceiro colocados não mais subiriam ao palco.

Os três vencedores de cada uma das 29 categorias, porém, foram chamados para receber o troféu. "As editoras e os autores solicitaram que os demais ganhadores também fossem agraciados", explica Goldfarb.