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Crítica - Comédia

Morno, 'O Verão do Skylab' alterna bons e maus momentos e inspira leve sorriso

SÉRGIO ALPENDRE COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os longas anteriores de Julie Delpy como diretora alternam bons e maus momentos, com a balança pendendo sempre para o lado dos maus.

Delpy tem uma dificuldade notória de começar e encerrar seus filmes, e é precisamente isso que acontece em "O Verão do Skylab".

É sofrível todo o prólogo com Albertine adulta, viajando de trem com marido e filha e reclamando dos passageiros que não querem mudar de lugar para que a família permaneça unida. Da mesma forma, o epílogo que retoma o tempo atual encerra o filme de maneira frouxa.

No miolo, quando vamos a uma outra época, a graça milagrosamente se faz. Talvez seja uma maneira de dizer que os bons tempos já passaram. Talvez seja apenas um erro estrutural. O fato é que temos um filme que, se não é a maior maravilha, ao menos inspira um leve sorriso.

No trem, Albertine lembra de quando era uma menina de 11 anos, inteligente e espirituosa. O filme volta então a 1979, quando sua família foi passar alguns dias na casa da avó, na Bretanha, sob o risco de que a estação espacial Skylab caísse por ali e acabasse com toda a região.

O trabalho iconográfico é facilitado pela casa de campo. Não há, por estarmos distantes de um centro urbano, a necessidade de figurantes com roupas da época, carros antigos e coisas do tipo.

Voltamos a um mundo em que o punk rock dividia a preferência dos jovens com a disco music (visto numa bela sequência de festa), que os adultos discutiam a possibilidade de ter um presidente socialista (François Mitterrand começaria o mandato em 1981), e que as crianças se reuniam num sofá para ver desenhos na televisão.

As crianças, por sinal, são a melhor coisa do filme, principalmente pela maneira como são retratadas, incluindo a possibilidade de se falar em sexualidade e em transmissão de experiência dos mais velhos para os mais novos.

Há ainda uma adorável homenagem a duas veteranas do cinema francês, musas da nouvelle vague de François Truffaut e Alain Resnais: Bernadette Lafont e Emmanuelle Riva interpretam as duas avós de Albertine.


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