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O fracasso subiu à cabeça

'Inside Llewyn Davis', novo filme dos irmãos Coen sobre um cantor que não faz sucesso, abrirá a 37ª Mostra de São Paulo

RODRIGO SALEM ENVIADO ESPECIAL A CANNES

Quando os irmãos Ethan e Joel Coen anunciaram que fariam um filme sobre a cena musical nova-iorquina dos anos 1960, a expectativa tomou conta do cinema.

Afinal, como os diretores que transformaram a country music de raiz em um sucesso mundial com "E Aí, Meu Irmão, Cadê Você?" e produziram os clássicos "Fargo" (1996) e "Onde Os Fracos Não Têm Vez?" (2007) trabalhariam um dos movimentos musicais mais importantes da história, liderados por um tal de Bob Dylan?

A resposta é fácil: dirigindo e escrevendo "Inside Llewyn Davis", um longa sobre um músico fracassado do período pré-Dylan.

Aplaudido em Cannes, o filme será a grande abertura da 37ª Mostra Internacional de São Paulo, em 17/10, no Auditório Ibirapuera.

"A gente nem sabia que existia uma expectativa em torno do nosso filme", desconversa Ethan Coen, 55, o mais novo da dupla. "É interessante, porque Inside Llewyn Davis' é mais próximo dos anos 50. Nós estávamos interessados no período de tempo pré-Bob Dylan, nesta pequena comunidade de músicos que andavam juntos e se reuniam em pequenos estúdios", completa Joel Coen, 57.

"Inside Llewyn Davis" é levemente inspirado no livro de memórias do músico folk Dave Von Ronk, "The Mayor of MacDougal Street", que descreve a cena musical folk do bairro boêmio do Greenwich Village, em Nova York.

Llewyn Davis (Oscar Isaac, brilhante) é um cantor e violonista que tenta se recuperar da morte do parceiro compondo músicas tristes e folclóricas em 1961, quando as paradas eram dominadas por trios e quartetos vocais alegres.

Ele não consegue vender discos e nem atrair multidões para vê-lo nos bares. Porém, sua música é linda e antecipa um fenômeno que ganharia corpo dois anos depois com Dylan lançando "The Freewheelin' Bob Dylan".

"Difícil dizer se ele é um fracassado. Há pessoas que fabricam a própria sorte, mas existe um pouco de auto-sabotagem em Llewyn", diz Ethan. "Quando ele tem a oportunidade de mostrar seu talento para o dono de uma grande casa de shows, ele canta uma música sobre aborto", explica Joel.

Produzido musicalmente por T-Bone Burnett, que trabalhou com os Coen em "E Aí, Meu Irmão, Cadê Você?" (2000), e com participações de Justin Timberlake, Carey Mulligan e John Goodman, o filme chega a São Paulo como um dos favoritos ao Oscar. Nada mal para um fracassado.


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