Internets

Gatinhos dificultam a censura na internet

Quem vê fotos e vídeos de gatinhos na internet mal imagina que isso pode prevenir a censura. É o que defende Ethan Zuckerman, do Centro de Mídias Cívicas do MIT (Massachusetts Institute of Technology).

A razão é simples. Grande parte das ações para censurar conteúdos on-line têm efeitos colaterais: para tirar algo, é preciso bloquear várias coisas.

Por exemplo: para barrar vídeos com denúncias sobre a primeira dama, a Tunísia bloqueou todo o site DailyMotion no país. Outro caso interessante aconteceu no Brasil, em 2007. Por conta do vídeo em que a modelo Daniela Ciccarelli aparecia em situação "caliente" na Espanha, um juiz mandou o YouTube ser bloqueado no país.

Isso teve dois efeitos. Amplificou a curiosidade pelo vídeo, que se tornou um dos mais populares naquele ano (o chamado "efeito Streisand", em referência à atriz Barbra Streisand, que tentou remover conteúdos sobre ela e com isso aumentou sua divulgação) e fez muita gente acordar para o fato de que filtros na rede poderiam ser usados também por aqui.

Em geral, quando um site político é censurado, a comoção fica na comunidade ligada a ele. Quando uma plataforma com conteúdos diversos é tirada do ar, isso sensibiliza mesmo quem não é diretamente interessado na causa. Em outras palavras, ficam furiosos não só ativistas, mas também quem foi impedido de ver as acrobacias dos bichanos.

Zuckerman sugere que ativistas espalhem seu conteúdo por sites de interesse geral, cheios de vídeos de gatinhos, acessados por um público mais amplo. Isso aumenta o custo político de derrubar o site. Até prova em contrário, o gato segue como o melhor amigo da internet.

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