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O rock morreu?

Decadente na preferência nacional há três anos, gênero fecha 2011 sem emplacar hits

CAROL NOGUEIRA
DE SÃO PAULO

Das 50 músicas mais tocadas nas rádios brasileiras em outubro passado, de acordo com a revista "Billboard Brasil", há apenas três de rock ou pop-rock, sendo que apenas uma delas, do NX Zero (em 35º lugar), é nacional.

Concentre-se nas 15 primeiras posições, dominadas pelos sertanejos Michel Teló, Victor & Leo e Luan Santana: não há nenhum roqueiro.

Até nos Estados Unidos, onde o pop e o hip-hop dominam as paradas, há mais rock -entre as 50 primeiras, cinco são de bandas do gênero, três delas no top 20.

Não é de hoje que os roqueiros perderam espaço no "mainstream" -tanto nas rádios FM quanto nas listas de discos mais vendidos- mas, em 2011, a queda foi brutal.

Qual é o motivo? Faltam bandas boas ou falta público? As opiniões divergem.

Rick Bonadio, produtor que lançou bandas de rock bem-sucedidas como o Charlie Brown Jr., diz que vê um período de mudanças. "O underground continua produzindo muitas bandas, muitas ruins, mas a definição do rock vem se apurando e, em pouco tempo, teremos mais uma grande onda de bandas fazendo sucesso", especula.

Alessandro Mello, gerente do núcleo musical da MTV Brasil, acredita que falta um expoente para o rock nacional voltar a crescer. "As grandes bandas de rock de hoje ainda são as mesmas de dez anos atrás. Falta aquela banda que, logo no primeiro disco, você percebe o talento."

"Hoje, não dá para ver com clareza o rock nacional, como no início dos anos 90."

SOBREVIVENTES

Nos últimos anos, nomes como Pitty e Jota Quest figuraram nas paradas. Mas, em 2011, mesmo com lançamentos, nenhuma ficou entre as dez primeiras posições nas rádios, exceto o Skank.

O vocalista do grupo, Samuel Rosa, lamenta: "Infelizmente, o rock não é mais a música favorita da garotada."

Para Mello, a cena que produziu a última leva de bandas de rock nacional mainstream, como Cine e Restart, está saturada. "Havia muitas bandas, mas todas faziam um som muito parecido", diz.

Para ele, o rap, gênero em ascensão, ameaça o rock na preferência dos adolescentes. "É uma música que emociona. Agora é o momento dos rappers. O que interessa agora é se eles vão se manter."

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