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Diário de bordo

DIA 1

Havia 15 anos que Marcelo Gomes não pisava em Manaus. Ao desembarcar, encontrou uma cidade com trânsito e arquitetura duvidosa. "Isso aqui está parecendo Boa Viagem." Quando Guilherme Coelho chega do Rio, inicia-se uma incursão pelo antigo centro. "Milton, onde exatamente ficava tua casa?" Entre turistas chineses, caminha-se ao redor do teatro Amazonas -o tio-avô de Hatoum, quando chegou à cidade, viu sua cúpula brilhante e pensou se tratar de uma mesquita. Passando por praças arborizadas e ruas de comércio popular, Hatoum relembra os cinemas de rua que frequentava na juventude.

DIA 2

Os cineastas acordam cedo para conhecer o mercado de peixes e frutas. O olhar fica paralisado num caminhão de bananas sendo descarregado. "Isso é um balé da Pina Bausch", sugere Gomes. Numa visita ao antigo bairro de chácaras, encontram uma casa antiga que pertencia à professora de inglês de Hatoum e hoje serve de residência para um general. Hatoum lamenta o fim das ruas arborizadas, dos grandes casarões com seus grandes quintais. "A destruição começa nos anos 1970, com a Zona Franca", explica. À noite, participam de um debate dentro da 2ª Semana Milton Hatoum.

DIA 3

Toma-se um barco para descer o rio Negro em direção ao arquipélago de Anavilhanas. Sócio da Amazon Film Production, que dá apoio logístico a cineastas que querem filmar na Amazônia, Chicão Fill conhece pequenas vilas abandonadas ou escondidas que podem servir de locação. Nesse momento, ele atende a equipe de "A Marcha dos Pinguins", que agora filma, em 3D, o macaco-prego amazonense. O barco para no Museu do Seringal, e Marcelo Gomes fica obcecado por um antigo relógio de madeira que poderia usar no filme. O passeio segue, entre jacarés e botos.

DIA 4

Depois de um último passeio pela rua dos comerciantes árabes, Gomes parte para Belém. Coelho também vai, mas antes faz uma parada em Parintins. Tanto numa cidade quanto na outra, os diretores vão em busca de uma arquitetura mais bem preservada do que a que encontraram em Manaus. O roteiro previa a volta de Hatoum a São Paulo. Mas começa uma campanha para que ele vá também ao Pará. No último café em Manaus, fala um pouco sobre seu próximo livro, que transcorre entre Paris e a Guiana Francesa e tem uma antropóloga francesa por protagonista.

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