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Música

Produtor do A Tribe Called Quest faz seu primeiro show no Brasil

Ex-integrante do grupo de rap, Q-Tip se destaca na produção de estrelas como Stevie Wonder

Em entrevista, MC se mostrou descontente com filme sobre a banda, que fez sucesso na Mostra deste ano

ADRIANA FERREIRA SILVA
EDITORA-ASSISTENTE DA “ILUSTRADA”

Sessões lotadas, ingressos esgotados. Na última edição da Mostra de Cinema de São Paulo, os horários dedicados a "Batidas, Rimas & Vida: As Viagens de A Tribe Called Quest" foram concorridos.

Tanto que o longa do diretor Michael Rapaport, que relata desde a formação do coletivo de rap nova-iorquino, nos anos 1980, até seu controverso fim, foi escolhido pelo público como o melhor documentário internacional.

"O filme é ok. Nosso legado não se resume às 'tretas' entre os caras e eu. Nossa herança é a cultura musical, e muita coisa aconteceu a partir dessas experiências sonoras. Rapaport poderia ter explorado mais isso", diz.

Pelo tom de voz, hesitante ao responder se faria tudo de novo, o produtor e MC Q-Tip, 41, não gostou de ter a vida -e as picuinhas- escancaradas na tela. Mas se surpreendeu ao saber do sucesso da obra aqui.

"Tenho me preparado para ir ao Brasil durante toda a minha carreira", diz. "Adoro artistas 'old school', como Gilberto Gil, Milton Nascimento, Toninho Horta. Vou fazer um show incrível."

Q-Tip, a face mais conhecida e talentosa do A Tribe, e um dos maiores produtores de hip-hop dos EUA, destaca-se na programação do festival Batuque, em São Paulo.

Em sua primeira visita ao país, tem mesmo muito a mostrar. Com o A Tribe, ele realizou uma revolução no rap, trazendo para o estilo influências diversas. "Nossas referências vinham do bebop, do britpop [pop britânico]. Havia muita experimentação."

Essa efervescência, segundo Q-Tip, devia-se em parte ao formato em que trabalhavam grupos como Public Enemy e NWA. "Naquela época, no Harlem, saíamos para badalar em grupos de 15, 20 caras. Era nossa 'crew', nossa 'posse'. Era fácil ter a mesma sensibilidade musical. Hoje, as pessoas são mais personalistas, como Jay-Z."

É, no entanto, no formato solo que Q-Tip se prepara para lançar o álbum "The Last Zulu", que terá coprodução de Kanye West e sons que destacam "batidas pesadas e a energia da bateria".

O conceito, fala Q-Tip, começa no título. "Sou descendente de uma tribo zulu da África do Sul. E cresci entre os integrantes da Zulu Nation [coletivo criado por Afrika Bambaataa, em NY]", afirma.

"Não estou dizendo que sou o último zulu. Estou tratando do jeito de ser de toda a família zulu."

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