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Camila Pitanga troca os comerciais pelo sertão e o teatro

Personalidade mais vista nos intervalos de TV em 2012, atriz passou dois meses ensaiando para peça no Ceará

Artista faz parte do grupo Humanos Direitos no Rio, sendo conhecida pelo seu engajamento político

DE SÃO PAULO

Camila Pitanga fechou 2012 como a personalidade mais vista nos intervalos da TV. Desbancou Gisele Bündchen. Foram 7.336 comerciais, segundo a consultoria Controle da Concorrência, para Caixa Econômica, Pão de Açúcar, Unilever e outras.

Para 2013, não abandonou os comerciais, mas dividiu sua atenção. Em 14 de junho, estava em Arneiros, no Ceará, festejando o 36º aniversário com a filha, Antônia, 5, e os atores da Mundana Companhia. Por dois meses, com ensaios abertos em cidades sertanejas, eles adaptaram "O Duelo", do russo Tchékhov. "Foi bem circo", conta.

No último fim de semana, o "circo" chegou ao porão do Centro Cultural SP. Antônia estava lá e foi chamada à cena pela mãe, para uma passagem de festa. Embora se passe no Cáucaso, a história agora tem muito de Nordeste, de São João aos duelos.

Pitanga, formada em teoria teatral pela UniRio, fala com entusiasmo do meio ano do processo em "O Duelo", que surgiu do encontro com o ator e produtor Aury Porto. "Acho linda a coragem do Aury, que não pensa em formato palatável. Eu procurava isso, um trabalho não só como atriz orientada, mas com assinatura, de todos os atores."

A peça reúne artistas de vários grupos paulistas: Oficina, Vertigem, Fofos. "Eu gosto muito, venho ver teatro aqui. Sou uma carioca em São Paulo, como Aury, cearense." Embora o enredo não seja necessariamente político, os artistas marcaram o processo.

"Com essa turma, Pascoal [da Conceição, ator], Georgette [Fadel, diretora], nosso processo teve matriz política, no sentido que mais acredito, de dividir conhecimento, trocar, não catequizar", diz. As viagens coincidiram com os protestos de junho. Em Juazeiro do Norte (CE), metade da cidade foi às ruas.

Pascoal lembra que a atriz é filha do ator Antônio Pitanga, de quem traz a "tradição política", e ao mesmo tempo é reconhecida em toda parte: "Ela tem esse poder, que jogou no teatro. E como atriz, ela tem uma pegada forte, que o teatro potencializou".

Pitanga carrega a tradição política também fora do teatro. No Rio, é parte do grupo Humanos Direitos, com atores como Dira Paes. E ao apresentar evento um ano atrás, cobrou publicamente que a presidente não sancionasse o Código Florestal aprovado no Congresso, "veta, Dilma!".

"Foi impulso, não tinha a menor ideia do que ia gerar", diz ela, lembrando que, quanto ao veto, "a gente ainda está numa situação de espera". Ela minimiza seu papel, falando do engajamento de "artistas com mais propriedade" e do próprio pai, "que viveu a ditadura e a contracultura".

"Meu pai teve de sair do país", diz. "O que eu vivo é bem diferente. A gente tem um estado democrático, embora nossa política seja estreita e não nos deixe tantas alternativas. Mas a gente tem liberdade hoje, pode gritar. Meu pai é uma referência para mim, me espelho nele, mas não me sinto à sua altura."

Sobre ser a garota-propaganda do país, Pitanga comenta: "Bom, eu acho que tenho uma história de credibilidade e fiz campanhas para a Caixa, a L'Oreal, a Avon, companhias grandes. Tem pessoas que são meio que um varejão de companhias. Eu nunca fui assim, eu me ative a elas".


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