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Influência de grandes musicais e dos espetáculos de Bob Wilson leva maquiagem a retomar destaque nos palcos em 2013 em peças como 'Pedro e o Capitão'

NELSON DE SÁ DE SÃO PAULO

Em 2013, a maquiagem retomou a boca de cena. Em parte por influência de grandes produções estrangeiras como o musical "O Rei Leão", encenado por Julie Taymor, e os cinco espetáculos seguidos do diretor Robert Wilson no Sesc São Paulo, o palco ganhou rostos mais marcados, expressivos.

Segundo Emerson Murad, maquiador de "A Dama do Mar", de Wilson, "as companhias vêm tendo uma preocupação maior com o visagismo, com a imagem que o personagem tem dentro da dramaturgia", uma mudança que ele localiza "de uns três anos para cá".

Para Westerley Dornellas, maquiador de "O Livro da Grande Desordem e da Infinita Coerência", dirigido neste ano por André Guerreiro Lopes, e de diversos musicais, hoje "o trabalho de criação e manutenção das maquiagens é um grande trunfo".

Os dois maquiadores apontam uma multiplicação de fábricas de produtos de maquiagem, como Graftobian ou a brasileira Colombina, mas destacam em suas listas a Kryolan, marca mais disseminada nos camarins.

Para Lisandra Zamboni, presidente da empresa alemã no Brasil, "houve grande crescimento no uso dos produtos no país, com a chegada dos musicais".

Destaca, "entre os grandes espetáculos em que a maquiagem é fundamental, é parte do show, da caracterização", "O Rei Leão", produção longa e movimentada em que os produtos precisam ser, sobretudo, resistentes. Cita, pelas mesmas razões, o Cirque du Soleil, a companhia canadense de circo.

SUOR

"A maquiagem, em si, não mudou", contrapõe a atriz Nydia Lícia, que estreou no palco em 1948 e hoje é professora do Teatro-Escola Célia Helena. "Ela vai e vem, com a moda. Mas, nesses 60, 70 anos, o material foi melhorando incrivelmente."

O maquiador Murad menciona, como exemplos de avanço de tecnologia, que agora existem produtos com "capacidade de receber melhor a luz, fazer a pele brilhar mais", ou então com "durabilidade bem maior".

Nydia Lícia foi uma das estrelas do Teatro Brasileiro de Comédia nos anos 50. O diretor do Teatro Oficina, Zé Celso, que acompanhava os espetáculos do TBC, concorda com ela que a criação pouco mudou e já tinha então uma qualidade elevada.

"O Walmor [Chagas, ator], por exemplo, usava uma maquiagem superousada fazendo o Mosca, em Volpone'", diz, citando peça dirigida por Ziembinski em 1955, no TBC. O mesmo, acrescenta o diretor, se dizia da montagem histórica do próprio Oficina, na década seguinte.

Fabiana Gugli, atriz de espetáculos de Gerald Thomas e, neste ano, de "Huis Clos", encenada por Sérgio Salvia Coelho, concorda que a criação de maquiagem vai e vem. Lembra que, em seu período na companhia de Thomas, a ordem era não usar maquiagem, em contraste com a fase anterior do diretor, de rostos carregados.

"De maneira geral, os efeitos no teatro acabam sendo os mesmos", diz. "Como a gente sua muito, acaba sendo uma coisa carregada. O efeito de longe é o que conta. Agora, se pegar lá atrás, com certeza mudaram os materiais, agora tem muito produto específico para palco."


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