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Tenor Jean William faz audição para o Metropolitan Opera, de NY

Apadrinhado pelo maestro João Carlos Martins, ele almeja vaga no programa de jovens do teatro

Folha acompanhou em São Paulo o período de preparação do cantor, que estudou por seis meses em Milão

MARCUS PRETO
DE SÃO PAULO

Entre as 9h e as 15h de ontem, horário de Nova York, o gogó de ouro do jovem tenor Jean William, 25, atravessou toda a série de exercícios de aquecimento por que passam as vozes dos cantores líricos às vésperas de uma estreia.

Revelado há cerca de dois anos no ambiente erudito nacional, o cidadão mais famoso de Barrinha (interior de SP) se preparava para audição no programa de jovens cantores do Metropolitan Opera.

Segundo o maestro João Carlos Martins, padrinho artístico de Jean, essa é uma oportunidade almejada por centenas de jovens cantores no mundo inteiro.

"O Metropolitan não chama ninguém a troco de banana", diz. "Jean vai ser muito bem avaliado e será chamado entre maio e abril do ano que vem [para integrar o programa]. Esse moço vai dar muito orgulho para o Brasil."

A Folha acompanhou o processo de preparação do tenor em São Paulo (assista a vídeo dos melhores momentos em folha.com/no1020581).

Foram aulas periódicas com o professor italiano Davide Rocca, que Jean conheceu em temporada de estudos em Milão, de dezembro passado a maio deste ano.

"Jean é uma voz que já tem dentro a emoção, o desejo de comunicar", diz Rocca. "Isso é o mais importante. Técnica se conquista -e Jean tem trabalhado duro por ela."

Com uma história repleta de lições do tipo "invista no seu sonho" (o menino pobre criado pelos avós -um boia-fria e uma faxineira- que se descobre cantor lírico ouvindo Pavarotti em trilhas de novelas e, pouco depois, já está se apresentando nos palcos mais importantes do mundo), Jean acabou se tornando um pop star da música erudita.

Em três anos, foi alvo de dezenas de reportagens na imprensa escrita e em programas de TV de toda a ordem -do "Altas Horas" ao "Mais Você", de Ana Maria Braga.

"Pop star?", Jean ri. "Talvez. Sou moreno, pequenininho, bem brasileiro e as pessoas se identificam com isso. Mas me sinto honrado em ajudar na projeção da música clássica no Brasil, que ainda sofre tantas dificuldades."

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