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Centro Niemeyer em Avilés fecha amanhã

Complexo cultural na Espanha, que custou R$ 100 mi, encerra atividades após briga entre gestores e o governo local

Fundação que cuida do local é acusada de gastos excessivos; equipe de Niemeyer lamenta o fim do centro

LUISA BELCHIOR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM MADRI

A "praça aberta ao mundo" imaginada por Oscar Niemeyer e concretizada na forma de um complexo cultural no norte da Espanha durou menos de nove meses.

Amanhã, mesmo dia em que o arquiteto completa 104 anos de vida, o Centro Cultural Oscar Niemeyer, em Avilés (região de Astúrias), fecha as portas por conta de uma briga entre a fundação gestora e o governo local, que acusa os administradores de gastar mais do que deveriam.

Por isso, decidiu não renovar a licença, que expira neste 15 de dezembro, da Fundação Centro Niemeyer, encarregada de tocar a programação do local. O complexo custou R$ 100 milhões e levou três anos para ficar pronto.

A fundação, apoiada pelo brasileiro, afirma se tratar de uma briga política entre o novo governo local, de um partido conservador e nacionalista, o Foro Astúria, e os antigos governantes, do partido socialista espanhol.

O governo local ainda não se decidiu sobre o uso que dará ao espaço.

No meio do ano, o presidente de Astúrias, Francisco Álvarez-Cascos, disse que se gastava demais com viagens, jantares e hotel para membros e convidados, sem as devidas prestações de contas.

As denúncias não atingiram a construção do complexo, ou seja, a equipe de Niemeyer. Mesmo assim, o arquiteto está "profundamente triste" com o desenlace do que considerou sua melhor obra fora do Brasil.

O governo de Astúrias afirma que não desativará o centro, mas deve mudar o nome do local, tirando o "Niemeyer" do título.

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