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Mônica Bergamo

O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.

monica.bergamo@grupofolha.com.br

ANA HARA

'Vou pra favela, mas tem que ser favela grande'

Vivendo com o marido, os três filhos adotados (de 1, 3 e 4 anos), além de 14 cachorros, um papagaio e dois coelhos, a fisioterapeuta Ana Hara, 42, recebeu o repórter Morris Kachani em sua casa de 600 m², com piscina e cinco suítes em um luxuoso condomínio em Itu (a 101 km de SP).

Ana dirigiu um spa nos Jardins, em SP, que em seu auge chegou a realizar 8.000 atendimentos e faturava mais de meio milhão de reais por mês. Tinha clientes como a apresentadora Ana Maria Braga e o ator Thiago Lacerda.

No fim do ano, Ana entrou com pedido de autofalência, com dívida de R$ 5 milhões entre rescisões trabalhistas, problemas com o fisco e empréstimos bancários. Várias clientes que adquiriram pacotes promocionais em dezembro levaram calote de até R$ 3.000. Criaram uma comunidade no Facebook e se sentem vítimas de má-fé.

"Não sou como Tania Bulhões e Eliana Tranchesi. Nunca me escondi. Agora, posso falar tudo", foram as primeiras palavras de Ana, referindo-se às empresárias do segmento de luxo que tiveram problemas financeiros e fiscais."E vou te falar, existe preconceito contra uma mulher poderosa, feliz e bem-arrumada, dona de um spa na avenida Europa", diz. "Desculpa, é pra invejar. Eu ergui esse negócio sozinha, do zero."

Ana cresceu em uma vila no bairro de Santana. Conduz a reportagem por um tour pela casa. No santuário, mostra a imagem de São Francisco que ganhou de Regina Casé, ao lado de divindades hinduístas e budistas. "Sou espiritualizada. Acredito em tudo que é do bem. Rezo o dia inteiro."

Sua astróloga é citada duas vezes: "Segundo ela, fizeram magia negra contra mim. E me avisou que, em 2013, perderia o marido ou o negócio". E explica o momento: "A intenção não era falir". Diz que ia ter uma unidade dentro de um hospital privado e pretendia abrir centro médico de beleza com um cirurgião plástico.

"Só que deu tudo errado. Quando vi havia uma dívida trabalhista gigantesca sem o direito de negociar penhora de bens. Não tinha como pagar o 13º. Até porque funcionárias me roubaram clientes, passando a atendê-las em domicílio." Até o fechamento do spa, enfrentava 26 ações trabalhistas. Fábio Miranda, advogado das funcionárias que não receberam salários de dezembro e rescisão, afirma que entrará com outras 32 ações. "O que houve foi um golpe."

O advogado de Ana, Eugenio Palazzi, explica que a autofalência ainda não foi decretada. "Tecnicamente, a empresa está aberta, mas não tem condições de operar." Na contabilidade do que deu errado, segundo ela, há também um investimento malsucedido em um spa de Búzios, um plano de franquias que terminou em briga com a ex-parceira, Silvia Meloni, a quem se refere como "pobre menina rica", e calote de mais de R$ 1 milhão, que teria sofrido de uma incorporadora.

"Fali como qualquer outra empresa. Só que não vendia produto, vendia serviço, que não dá pra devolver. Se pudesse atenderia todas as massagens que devo pessoalmente, mas isso não é possível."

"Amo minhas clientes, mas não tenho como ressarci-las. A venda dos pacotes no final do ano foi uma tentativa desesperada de salvar a empresa. Sei que R$ 3.000 é muito dinheiro. Mas todo mundo é muito rico. Não justifica, mas com certeza não vai fazer muita falta. As pessoas são muito materialistas."

E prossegue: "Sabe, gostaria de ter perdido só R$ 3.000. É muito mais: o templo que fazia bem pra todo mundo ruiu. Era um spa de cura. Enterrei quartzo rosa, fiz acupuntura no solo, feng shui, geobiologia. Não era simplesmente comércio, era um templo mágico. A pessoa entrava e parava a dor de cabeça".

Ela diz ter ficado doente. "Peguei bactéria, tomei morfina, tentei me matar", afirmou, mostrando um corte superficial nos pulsos, e deixando escapar: "Mas peguei uma bactéria galopante que me deixou completamente inchada. Não conseguia mexer a garganta, a dor era lancinante e fiquei inconsciente".

Sobre as clientes, ela afirma ainda que "classe média paga muito melhor que o rico". "Muita gente roubava minha decoração ou dava calote, e ainda por cima gritava: Você sabe com quem está falando?'."

Diz que a crise no mercado é grande: "O que está acabando com todos os empresários é a concorrência internacional. Ano passado, 10% da clientela foi morar em Miami, onde está tudo mais barato".

Afirma que está arruinada. Conta que perdeu a Land Rover que era financiada e tenta vender a casa de R$ 2,5 milhões, que também não é quitada e não embolsaria. "Provavelmente, vou pra favela, mas tem que ser favela grande, pra levar todo mundo."

E conclui: "Do que mais vou sentir falta é da drenagem linfática que fazia diariamente". Seu objetivo agora é arrumar emprego como executiva na área de gestão. "Já tive propostas. Mas não volto para São Paulo. Quero viver uma vida simples e anônima e que todo mundo me esqueça."

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PAPAI AÉCIO

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) vai ser pai pela segunda vez. Sua mulher, a modelo Letícia Weber, 34, está grávida. Eles se casaram em 4 de novembro do ano passado, em cerimônia reservada, após cinco anos de namoro. O provável candidato tucano à Presidência da República trata o assunto com discrição, já que a gravidez está bem no início. Aécio é pai de Gabriela, 21, fruto do primeiro casamento.

PAPAI AÉCIO 2

A assessoria do senador confirmou a notícia. Ele só pretendia anunciá-la após o terceiro mês de gestação. Aécio tem recebido parabéns de amigos próximos. O político optou por um Réveillon calmo com a mulher em Angra dos Reis, em razão da gravidez.

ROLÊ

Pesquisa sobre a relação dos jovens com shoppings feita às vésperas da onda de "rolezinhos" mostra que 16,6 milhões de brasileiros entre 16 e 24 anos frequentam os centros de compras em média 3,3 vezes por mês. Metade (54%) é da classe média e tem um poder de consumo de R$ 129,9 bilhões, maior que os R$ 80 bi da classe alta e os R$ 19,9 bi da baixa.

ROLÊ 2

Os produtos mais desejados pela juventude da classe C são notebook (15%), smartphone (11%) e tablet (11%). Para o levantamento, o instituto Data Popular ouviu 1.500 pessoas em 53 cidades.

ROLÊ 3

Malvestidos deveriam ser barrados em certos lugares, para 17% dos jovens da classe A, segundo a pesquisa. Também para 17%, "os estabelecimentos deveriam ter elevadores separados". Metade defende produtos em "versões para ricos e para pobres".

CURTO-CIRCUITO

Lucinha Lins, Tania Alves e Virgínia Rosa estreiam hoje o musical "Palavra de Mulher", com canções de Chico Buarque. No Teatro Renaissance, às 21h. Até 2 de março. 12 anos.

No edifício Planalto, no centro, será inaugurado hoje para convidados o bar Heineken Up on the Roof.


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