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Crítica - História

Livro escrito por sobrevivente narra resistência pacífica ao terror nazista

MÁRCIO SELIGMANN-SILVA ESPECIAL PARA A FOLHA

No dia 22 de fevereiro de 1943, dois estudantes alemães, os irmãos Hans, de 25 anos, e Sophie Scholl, 22, foram condenados à morte pelo Tribunal do Povo de Munique (uma espécie de tribunal de exceção, dirigido pelo juiz "carrasco" Freisler). No mesmo dia, foram guilhotinados.

Esse evento trágico representou o desfecho das atividades do movimento de resistência pacífico antinazista conhecido como A Rosa Branca. O movimento fora criado por Hans e por seu colega no curso de medicina Alexander Schmorell, também condenado à morte.

Em 1955, a irmã mais velha de Hans e Sophie, Inge Scholl, publicou um livro no qual contava a história da Rosa Branca, destacando as atividades de seus irmãos. O volume posteriormente foi acrescido de uma importante documentação.

Hoje, conta não apenas com o relato dos fatos (feito no ritmo da rememoração) como contém os panfletos da Rosa Branca, o discurso de defesa do professor de filosofia Kurt Huber, as sentenças do Tribunal do Povo e os testemunhos de sobreviventes.

Tal versão, acrescida de um posfácio do historiador Rainer Hudemann, é agora publicada com o competente trabalho editorial de Juliana Perez e Tinka Reichmann.

A resistência na Alemanha, durante a guerra, estava praticamente restrita a iniciativas de conservadores que, decepcionados com os rumos do nazismo, decidiram se engajar em movimentos. Por outro lado, a obra também põe a nu o que foi a vida sob o terror do totalitarismo nazista e deveria constituir uma leitura obrigatória.

A Rosa Branca, na verdade, surgiu da elite (seus membros eram quase todos estudantes de medicina) e se voltava para essa mesma elite, visando sua parcela mais culta, que deveria se movimentar contra os absurdos da violência institucionalizada.

Nos panfletos, fica claro também que os alemães estavam bem conscientes do que se passava com os judeus nos campos de extermínio.

Os membros da Rosa Branca foram heróis que sacrificaram suas vidas pela libertação de seu país e, por isso, são ainda hoje justamente homenageados e relembrados.


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