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Tribunal investiga escolha de gestora de orquestras de SP TCE-SP apura se houve favorecimento ilegal; Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo nega irregularidades Nome de OS que vai gerir Theatro São Pedro, Jazz Sinfônica e Banda Sinfônica saiu em blog antes de fim da seleção MATHEUS MAGENTADE SÃO PAULO O Tribunal de Contas de São Paulo investiga a suspeita de vazamento do resultado de uma convocação pública feita pela Secretaria de Estado da Cultura. O caso investigado é a escolha da OS (Organização Social) para gerir o teatro e a orquestra São Pedro, a Banda Sinfônica do Estado de São Paulo e a Orquestra Jazz Sinfônica do Estado. A partir da convocação, publicada no dia 22 de novembro, as entidades tiveram 12 dias para manifestar interesse no contrato, de cerca de R$ 20 milhões anuais. O prazo acabaria no último dia 2, mas dois dias antes o blog do jornalista Luis Nassif (www.advivo.com.br/luisnassif) anunciou a OS escolhida: "a Banda Sinfônica, Orquestra Jazz Sinfônica, Orquestra de Ópera e o Theatro São Pedro estão sendo entregues ao Instituto Pensarte". O resultado da convocatória, publicado no "Diário Oficial" no último dia 13, confirmou a informação do blog. O Pensarte foi o único a se apresentar como interessado. A Apaa (Associação Paulista dos Amigos da Arte), responsável pela gestão dos grupos e do teatro até novembro, não manifestou interesse. "O resultado da convocação vazou antes de haver a escolha. O procedimento não deve ser 'pro forma', só para legalizar algo que já se escolheu. Isso é sem sentido", afirmou à Folha o conselheiro do TCE-SP Roque Citadini. Por causa da suspeita de vazamento, o tribunal apura se a entidade escolhida foi beneficiada irregularmente. Procurada, a Secretaria de Estado da Cultura informou, via assessoria de imprensa, que não foi comunicada oficialmente pelo tribunal. A pasta nega irregularidades. Na Secretaria de Cultura de SP, as OSs detêm a gestão de equipamentos, grupos artísticos e programas de difusão cultural (veja quadro). Usado também na área da saúde, o modelo adotado pelos tucanos é tido por críticos como uma privatização branca. Citadini vê problemas na dispensa de licitação. "Funciona bem em algum sentido, mas acabou virando uma ação entre amigos." O coordenador estadual da Unidade de Fomento e Difusão de Produção Cultural, José Luiz Herencia, afirma que o modelo é "bem-sucedido". "A Fundação Osesp [da Sinfônica de São Paulo] e a Fundação Pinacoteca são exemplos disso", afirmou. Em janeiro deste ano, o TCE-SP notificou a secretaria para evitar a "aglutinação de teatros e instituições diferentes em um mesmo contrato". Para Herencia, o contrato de gestão que será assinado em breve com o Instituto Pensarte para os próximos quatro anos atendeu ao tribunal. "Há especificidades do ponto de vista artístico, mas há total conformidade no ponto de vista de gestão." Para ele, a contratação de uma OS individualmente tornaria os custos "inviáveis". Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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