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Comédia vive período de entressafra de sucessos

Com audiência em queda, seriados cômicos são preteridos por dramas

Em baixa nas produções dos EUA, gênero ainda tem investimento de canais brasileiros de TV aberta e fechada

FERNANDA REIS DE SÃO PAULO

A comédia está em crise. A audiência em queda das séries humorísticas, que não se renovam, levanta uma questão: será possível produzir outro sucesso --como "The Big Bang Theory", maior comédia atual-- hoje em dia?

Entre as 20 séries mais populares nos Estados Unidos nesta temporada, apenas seis são cômicas --e só "The Millers", exibida no Brasil pelo canal TBS muitodivertido, tem menos de quatro anos.

Mesmo "Modern Family", a segunda mais popular entre o público com idades de 18 a 49 anos --faixa mais cobiçada pelos anunciantes-- já teve dias melhores: desde sua temporada de 2011-2012, perdeu 2 milhões de seus então 12 milhões de espectadores.

A falta de novas comédias de sucesso é sentida também no Brasil: a Warner exibirá em quatro dias desta semana em seu horário nobre "Friends", série de 1994 que terminou há uma década, e "The Big Bang Theory", de 2007.

A crise da comédia recebeu diagnósticos variados. Segundo Josef Adalian, um dos editores do site Vulture, o espectador dessas séries pode pular capítulos ou vê-los fora de ordem, sem ter a obrigação de ver o programa ao vivo.

As comédias acabam, assim, preteridas pelos dramas, que muitas vezes deixam um suspense ao fim dos episódios, por quem vê TV ao vivo.

Diante do cenário atual, uma estratégia adotada pelas emissoras é investir em comédias de nicho: aquelas que são sucesso entre um público específico ainda que obtenham resultados modestos em termos de audiência.

Para Bill Lawrence --criador de "Scrubs" (2001-2010), série sobre um hospital marcada pelas cenas fantasiosas--, investir em produções de nicho é a forma mais fácil de obter sucesso hoje em dia.

"Há dois jeitos de sobreviver na televisão agora. Um é muito difícil e eu ainda não o decifrei, que é fazer um hit gigantesco', que todo o mundo quer ver", afirmou ao jornal "LA Times". "O outro é atrair um grupo muito específico e muito leal de pessoas."

LEAIS E APAIXONADOS

Gerard Bocaccio, professor de programação e conceitos de TV da Universidade de Nova York, destaca as politicamente incorretas "Louie" e "It's Always Sunny in Philadelphia" --não exibidas no Brasil-- como exemplos bem-sucedidos de séries de nicho.

"Elas são focadas e têm audiência leal e apaixonada porque são criativas. Uma série de nicho é muito focada em sua tentativa de achar um público e mantê-lo", diz à Folha.

Segundo o professor, pequenas séries de qualidade podem fazer bem à imagem dos canais, como fez "Arrested Development", cancelada pela Fox em 2006 e retomada pela Netflix em 2013.

"A Fox se beneficiou na comunidade de Hollywood, porque foi vista como a emissora que arriscou com Arrested Development'. As pessoas criativas queriam levar a ela seus melhores projetos."

No Brasil, contudo, canais abertos e fechados ainda investem no gênero. A Globo, que já exibe "Tapas & Beijos" desde 2011 e "Pé na Cova" desde o ano passado, agora estreia "Segunda Dama", com Heloísa Perissé.

Nos canais pagos, títulos como "Agora Sim", da Sony, sobre uma agência de publicidade muito louca, e "Meu Passado me Condena", do Multishow, sobre as desventuras do casamento, mostram que aqui o espaço para sitcoms cresce.


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