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Crítica - Ação

Paraguaio '7 Caixas' peca ao copiar tiques típicos de thrillers

Ambientado em mercado popular de Assunção, longa lembra 'Cidade de Deus' e reflete sobre sociedade local

RICARDO CALIL CRÍTICO DA FOLHA

A proposta de "7 Caixas" é bastante promissora: ambientar um filme de ação e suspense em um enorme mercado popular de Assunção. Trata-se de operação não muito distinta da realizada por "Cidade de Deus" com um conjunto habitacional carioca.

O filme emula as convenções desses gêneros por meio da história do carregador Víctor (Celso Franco), que aceita transportar uma carga suspeita e acaba sendo perseguido por bandidos, colegas de trabalho e policiais.

Como ditam as fórmulas do thriller, existem incontáveis reviravoltas e perseguições. As regras são universais, mas a pobreza é típica: em vez de carros envenenados, entram carrinhos de mão de madeira.

Em paralelo, há uma observação crítica dos tipos do mercado e da (des)organização social desse microcosmo que supostamente espelha a sociedade paraguaia.

Nesse aspecto, "7 Caixas" se revela uma obra interessante, que em geral não deixa o comentário social se sobrepor à narrativa.

A exceção é o final, quando a moral da história sobre Víctor --obcecado por celulares e que sonha estar na TV-- torna-se evidente demais.

No outro aspecto, o da emulação de gêneros, "7 Caixas" se mostra limitado. Mais do que os moldes da ação e do suspense, os diretores Juan Carlos Maneglia e Tana Schembori copiam seus tiques: câmera acelerada, ângulos inusitados, trilha sonora reiterativa.

Nesse sentido, o filme lembra menos "Cidade de Deus" do que um Guy Ritchie ("Snatch - Porcos e Diamantes") paraguaio. Ou seja, a falsificação da falsificação.


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