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Crítica Sertanejo

Hits até podem animar a balada, mas dão ressaca no dia seguinte

MARCUS PRETO
DE SÃO PAULO

Em artistas de projeção explosiva, mas parco estofo musical, como é o caso de Teló, o raio do sucesso pode até cair duas vezes no mesmo lugar. Mas não resiste ao senso crítico do passar do tempo.

Ainda que haja inegável faísca pop em "Fugidinha" e "Ai se Eu te Pego", faixas que ele tornou hits incontestáveis, nada na maçaroca sonora que as embala consegue sobreviver ao dia seguinte da balada. A ressaca é não conseguir tirar aquela música insuportável da cabeça.

Teló faz algo que poderia ser chamado de "lambanejo", mix em que lambada e sertanejo são os ingredientes principais. Mas há também pagode, balada, eletrônica etc.

Seu investimento no futuro é nenhum. Como o sujeito é capaz de, em três CDs lançados na carreira, ter apenas um gravado em estúdio?

"Na Balada", o mais recente, é deficiente também por isso. Nele, é a plateia que canta, não o cantor no palco.

Consolidado a partir dos CDs de axé pós-Banda Eva, esse formato "canta, meu povo" é invenção da indústria fonográfica mais popular para reforçar a sensação de que estamos diante de um ídolo inquestionável.

Mas há muitas questões em torno de Teló. A maior delas: ainda que encontre outras canções com a "magia" e "potencial para ser hit" (palavras dele) de "Ai se Eu te Pego" e "Fugidinha", repetir a piada ainda vai fazer alguém rir?

É bom mesmo que ele esteja fazendo seu pé-de-meia.

NA BALADA

ARTISTA Michel Teló
LANÇAMENTO Som Livre
QUANTO R$ 17, em média
AVALIAÇÃO ruim

Veja Michel Teló cantar a versão em inglês de "Ai se Eu te Pego"
folha.com/no1025329

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